18 ene 2013

‘El Correo Gallego‘ e a ‘conspiración judeo-masónica’


Publicamos este artigo que nos chegou á caixa de correos, sobre a intoxicación mediática que o voceiro policial e parroquial "ElCorreoGallego" está levando a cabo con tanto empeño. Non está de máis reseñar que dous días antes da aparición do artigo que aparece na capa da entrada (AQUÍ) este mesmo "xornal" referíase á concentración anticarcerária do sábado 12 (EIQUÍ) como "un acto de apoio ós terroristas encarcelados por parte dos cachorros da Resistencia Galega", se ben é imposible atopar este artigo na edición dixital. Tal e como recomendaba o nazi Goebbels no seu decálogo da propaganda, a categorización dos "inimigos" debe ser simplificada nun único adversario (radicais, antisistemas..), tal coma un monstruo de diversas cabezas pero un único corpo, uniformando a toda disidencia e aplanando así o camiño da represión.

Eiquí o artigo que nos chegou:

B.C./ A capa do El Correo Gallego recolhia ontem, 16 de janeiro, o seguinte titular: "preocupa el brote violento de anarquistas y radicales". Nas (des)informaçons das primeiras páginas, tal asseveraçom era amplificada com linhas tais como "siguen el ejemplo de los jóvenes en (sic) Jarrai en los episodios de kale borroka. De hecho ya se detectó la presencia en Galicia de algunos miembros de colectivos anarquistas vascos y catalanes junto a sus colegas gallegos". Pouco importa que a organizaçom basca mentada polo panfleto franquista nom exista desde há uns doze ou treze anos: parece que, mais umha vez, a intençom do El Correo é misturar todo quanto sapo, píntega e culebra houver ou tenha havido e salferir a sua receita com algumhas palavras da pré-indoeuropeia língua eusquérica, já em por si tam terrorífica para muitos, com o objeto de criar no imaginário coletivo um inimigo público estranho e violento que gere um alarme social que, à sua vez, justifique as desmedidas atuaçons policiais a que as arredistas já estamos afeitas. Vamos, que nos surpreendeu -e mais depois da atribuiçom a independentistas de poderes mágicos por parte da imprensa- nom encontrar por nengures o termo aquelarre.

À desesperada

O gesto do El Correo Gallego desprende um certo cheiro a descomposiçom. O nerviosismo que geram a situaçom sócio-política, a estoica resistência -e ainda o crescimento- de movimentos como o arredismo galego ou o anarquismo e a expansom da solidariedade a novos setores sociais, leva os condutores daquele veículo a responderem com derrapes e volantaços: parece que, na guerra informativa desatada entre o coraçom e o dinheiro, aos portavozes da banca já lhes vale tudo, mesmo o velho leit-motiv franquista da conspiraçom judaico-maçónica. A vertiginosa perda de credibilidade do El Correo fai tremer o pulso e escrever linhas (dis)torcidas.

La Antiespaña

A conspiraçom judaico-maçónica (na versom ampla e espanhola do termo, conspiración judeo-masónica comunista internacional) é umha teoria que tem sido frequentemente esgrimida polo nazi-fascismo para justificar a repressom violenta e mesmo o assassinato aplicados a setores dissidentes. Tal aliança a três bandas teria, segundo os defensores deste delirante esquema, o objetivo da dominaçom planetária por obscuras forças opostas à ordem e à lei. Com raízes no antissemitismo medieval, e amplificada pola apariçom dos Protocolos dos Sábios de Siom (um texto apócrifo surgido na Rússia czarista e produto do medo a umha eventual revoluçom), a teoria da conspiraçom judaico-maçónica chegou a ser empregue nos últimos anos do franquismo polo próprio general genocida, sendo metida no saco qualquer organizaçom, associaçom ou pessoa oposta à ditadura por ele encarnada. A desesperaçom provocada pola descomposiçom do regime conduz para o delírio e, como vemos, El Correo Gallego nom é nada original ao respeito: independentistas, anarquistas, galegos, bascos, cataláns... Talvez um dia nom mui longínquo incluam também orcos, gazafelhos ou a Santa Companha nas suas alucinaçons fascistoides.

Cutre é a palavra

Se tivéssemos que definir com algum vocábulo o jornalismo (note-se a itálica) do El Correo Gallego, talvez cutre seja o termo mais acaído. Para além do nulo rigor jornalístico, encontramos frequentes agressons à morfologia, a ortografia e a sintaxe da língua castelhana, cujo emprego no país defendem tanto face ao galego. As visitas à tomba de Antonio de Nebrija, criador da primeira gramática da língua castelhana, tornam-se pouco recomendáveis quando se está a teclar na redaçom do Preguntoiro. Assim, só com umha fugaz visita à ediçom digital destes dias, encontramos joias como "la última gran nevada que callo en Santiago de Compostela". O assinante deste artigo recomenda ao redator de El Correo calar também quando nom neva, para evitar o ridículo, e fazer-se com algum daqueles entranháveis Cuadernillos Rubio que todos tivemos que empregar de pequenos na nossa espanholíssima educaçom. Se recuarmos mais no tempo, poderemo-nos deleitar com informaçons sobre "ratas y vagabundos en busca de guarida" no hospital velho de Compostela, "muchos de los cuales encienden hogueras para calentarse". Som somente duas perlas, e tampouco nos vamos estender aqui com matérias como a Pólvora, as Magnolias, as peripécias da flor y nata comarcal em Vida Social Gallega ou os infumáveis chistes de Demetrio Peláez na coluna da contracapa. Se neste modesto meio fôssemos profissionais em nómina como eles, teríamos tempo para elaborarmos umha hilariante coleçom de esperpentos.

2 comentarios:

  1. Que incrementen efectivos, que incrementen... vanlles facer boa falta.

    ResponderEliminar
  2. Na version diginal so se pode ver o inicio do artigo, para as que non temos acceso a edicion impresa poderia alguen colgar (escaneado ou como sexa) o artigo completo dese dia en El Correo Gallego?

    ResponderEliminar