29 ago 2009

¿Quién es Emilio Pinto, presidente de la Fundación O´Belén?


extraido de klinamen
Emilio Pinto, presidente de la Fundación O´Belén, no se ha dedicado siempre a los niños. Nació en Sigüenza en 1965 e inicialmente ejerció como político profesional, siendo cabeza de lista del Partido Popular y concejal en esa misma localidad.

www.emiliopinto.blogspot.com

Pese a que Pinto se presenta habitualmente como “terapeuta”, lo cierto es que sus únicos estudios conocidos consisten en la diplomatura de magisterio, obtenida a través de la universidad privada Cardenal Cisneros, donde su hermano Antonio Pinto es profesor.

Emilio Pinto decide dar el salto al mundo de la infancia con las privatizaciones de servicios sociales que se producen en la década de los 90. En 1999 constituye junto con varios colaboradores relacionados con el ámbito político y empresarial la Fundación Internacional O´Belén, destinada a constituirse en su principal fuente de ingresos directos e indirectos. Le ayudan en esta empresa José Morales, directivo de Ibercaja, Monseñor Ureña, arzobispo de Zaragoza, Manuel Pizarro entonces presidente de Endesa y una lista de inversores inmobiliarios y financieros que había conocido durante su paso por la política. Como gestores se incorporan otros políticos locales: Jose Carlos Moratilla (ex presidente de la Diputación de Guadalajara), Carlos Moreno (portavoz de los no adscritos en la Diputación tras ser expulsado del PP) y María Calvo (ex concejala del PP en Guadalajara).


La Fundación O´Belén comienza su andadura económica en la provincia de Guadalajara, donde gracias a los contactos de sus impulsores se hace con la concesión de importantes contratos para gestionar centros de menores. El modelo de negocio se basa en contratar personal pobremente cualificado ofreciendo salarios muy por debajo de lo establecido en el sector. Los centros son edificados por algunos de los empresarios “altruistas” que le acompañaban en 1999, concretamente el Grupo Lávaro recibe importantes sumas de la administración sin tener que pasar por los concursos requeridos en el pasado, puesto que ahora es Pinto el encargado de decidir a quién se asignan los fondos públicos obtenidos bajo el manto de la fundación. A los niños y niñas “antisociales” que se interna en sus centros se les mantiene con los mínimos medios posibles, reduciendo los costes drásticamente y alegando para defender las condiciones inhumanas en que se les mantenía que éstas potenciaban la “re-educación” y la “contención”.


O´Belén sale a la luz en 2006, cuando varios trabajadores del centro Casa Joven (Azuqueca de Henares) son despedidos de forma improcedente tras poner en conocimiento de la Junta de Castilla La Mancha los malos tratos cometidos allí. La fundación es obligada judicialmente a indemnizar con varios miles de euros a los trabajadores, pero la Junta hace caso omiso de la denuncia y continúa financiando a O´Belén. En 2007 será un trabajador del centro “La Jarosa” quien denuncie al Defensor del Pueblo las violaciones de los derechos humanos de las que fuera testigo. Ya en 2009 son otros tres trabajadores de "Picón de Jarama" quienes se deciden a dar testimonio de su experiencia. Durante todo este tiempo, decenas de trabajadores se dan de baja voluntariamente de los centros (según el Defensor del Pueblo sólo en 2008, 48 educadores se dieron de baja voluntaria en Picón de Jarama, a los que se suman otros 9 despedidos y 3 bajas psicológicas). Ante las denuncias de los trabajadores y las quejas de los propios chavales en 2007 comienza la acción social contra el entramado O´Belén, que derivaría en multitud de actos, manifestaciones, concentraciones y gestos de repulsa que aún hoy continúan.

El entramado O´Belén se ha cobrado ya la vida de al menos tres adolescentes: Saray Granados (14 años) que se lanzó de la furgoneta que la llevaba de vuelta a Casa Jóven, Hamid Amrani (13 años) que se ahorcó estando en aislamiento en Picón de Jarama y David (12 años) fallecido en extrañas circunstancia en “Baix Vinalopó “. El Defensor del Pueblo hacía público a principios de 2009 un demoledor informe donde se señalaban varios de los métodos de maltrato empleados por O´Belén, pero pese a las muertes y el enorme sufrimiento producido por este entramado, Emilio Pinto Rodríguez sigue impune.
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Polícia cerca o bairro da Quinta da Princesa (Seixal)




26 de Agosto de 2009
Categoria: Portugal
extraido de passa palavra
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Os agentes da polícia comportam-se como um exército ocupante num território ocupado. Segundo as melhores regras da guerra contra-subversiva, cercaram o bairro e impediram os moradores de entrar ou sair sem passar pelo ritual da identificação e revista.
Os noticiários voltam a abrir com títulos acerca de «desacatos» e «violência» em bairros problemáticos da periferia de Lisboa. Desta vez tudo aconteceu na Quinta da Princesa, bairro da Amora (Seixal). A PSP, em comunicado, conta a história do costume. Um carro-patrulha da polícia dirigiu-se ao bairro pelas 02:30h de 25 de Agosto, porque recebeu uma chamada indicando que estavam a arder duas viaturas numa praceta do bairro. Segundo o comunicado, a PSP foi “recebida com pedras e um cocktail molotov. Perante o grau de violência, foram de imediato deslocados reforços da PSP para controlar a situação”.

quinta-1Segundo a tradição do jornalismo de inspiração policial, fortemente enraizada nas redacções portuguesas, esta será a versão a dar forma aos títulos e manchetes. Pelo meio, porém, alguém parece ter sentido a necessidade de explorar o espectáculo e, na encenação dos directos televisivos, uma outra versão começou a tomar forma. Felizmente os habitantes do bairro escolheram ser mais do que meros figurantes e resolveram contrapôr aos gabinetes de imprensa da PSP uma verdade inconveniente, mas necessária – os agentes da polícia comportam-se como um exército ocupante num território ocupado.

Luísa Semedo, de 26 anos e representante da associação juvenil “Esperança”, conta que a polícia apareceu na noite de sábado (22 de Agosto) à procura de uma mota roubada que nunca apareceu. “Tivemos um churrasco no domingo com gente de outros bairros, estávamos a confraternizar e estava tudo bem, mas ao início da noite a polícia chegou ao bairro para apreender uma moto que julgava ser roubada. O dono da mota mostrou os documentos e estava tudo certo. Houve um rapaz que cuspiu para o chão, eles acharam que era provocação, e chamaram-nos pretos e ratos de esgoto. Inadvertidamente, a polícia começou aos tiros, a mandar dispersar a multidão e eu fui agredida. Não tenho nada contra a polícia, mas acho que acções destas geram violência”. Luísa diz ter sido agredida pelas forças de intervenção com pontapés e cassetetes. Entretanto, alguns moradores apanharam do chão balas de 9 mm, que pertencerão às metralhadoras das autoridades. “Eles aparecem muitas vezes por aqui, e há um dia em que as coisas explodem”, comenta outro morador.

A história ganha, então, outra forma. Não apenas a PSP obteve uma resposta à sua «intervenção», ocorrida duas noites antes, como fez questão, por sua vez, de exibir o seu novo armamento, disparando balas de 9 mm que os moradores se encarregaram de mostrar perante as câmaras de televisão. A resposta não podia, obviamente, ficar por aqui e o comando distrital da PSP (Setúbal) fez questão de convencer os incrédulos relativamente à genuína natureza da sua actividade de «pacificação». Segundo as melhores regras da guerra contra-subversiva (estes generais de opereta não inventaram nada), cercaram literalmente o bairro e impediram os seus moradores de entrar ou sair sem passar pelo humilhante ritual da identificação e revista. Fizeram questão de ali concentrar vários meios, numa ostensiva exibição de forças, convencidos das virtudes dissuasórias do seu poder de fogo. Acreditam porventura que, dessa forma, transmitirão aos moradores do bairro o medo que sentiram quando se viram atacados e obrigados a retirar e aguardar por «reforços». Tudo isto permitiu-lhes «identificar» 12 pessoas e deter uma, que segundo algumas testemunhas se preparava para ir trabalhar.
Fotografia de Francisco Santos

Grafitti na Quinta da Princesa (fotografia de Francisco Santos)

O que disto se retira é, fundamentalmente, a surpresa amedrontada com que a PSP reage a qualquer gesto de resistência à sua autoridade. Os seus abusos parecem ser tão frequentes que os agentes em patrulha os consideravam já aceites, instituídos, tradicionais. No seu imaginário militarizado, uma rusga feita de agressões e insultos é já uma parte integrante da paisagem. Parecem não acreditar quando um grupo de «desordeiros» responde. A «violência» que os surpreende do lado dos pobres parece-lhes intolerável e, como disse o Primeiro-Ministro a propósito de um episódio semelhante ocorrido no Bairro da Bela Vista (Setúbal), «inaceitável em democracia».

A PSP foi rechaçada de um bairro durante uma noite e obrigada a conquistá-lo e ocupá-lo permanentemente. Fazendo-o, surgiu aos olhos dos moradores como aquilo que verdadeiramente é, na proximidade como na distância: um exército, cujas funções se revelam cada vez mais abertamente, dirigido contra os pobres e os filhos dos imigrantes. Uma força militarizada encarregue de garantir, à lei da bala e do bastão, a «paz social», a «ordem pública» e a «tranquilidade», num tempo em que vários factores contribuem para uma revolta social generalizada. Um bando de mal-feitores armados e equipados à custa de quem trabalha, encarregue de defender um regime que desfalece e a clique mafiosa que o governa.

Disparam porque têm medo e têm boas razões para ter medo. Passa Palavra
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