Venho de atopar pela rede este artículo de Maria Rosendo, com a que compartilho ao cento por cento o por ela expressado ao respeito da Campanha da AGAl "O Mundial fala galego" e cópio e colo desta ligaçom:
No passado mês a AGAL vem de lançar a sua nova campanha da língua sob a legenda: “o mundial fala galego”.
Ao ler o seu manifesto a minha decepçom nom foi tanta como a minha indignaçom.
Acho por todas é conhecida a vontade da AGAL de situar o galego como umha língua de prestigio mundial que nos pode oferecer umha cheia de oportunidades, entre elas maiores opçons de intercambio cultural e comercial no Globo.
Eu sempre fum muito escéptica com estas possibilidades que a AGAL enfatiza porque, se bem é certo que ao reconhecermo-nos na normativa reintegracionista faz-se evidente que a nossa língua é falada com outros sotaques além Minho e Atlântico, nom acho que o prestígio de umha língua tenha de vir dado polas opçons mercantilistas com as que esta provea às suas falantes, máxime quando o intercambio mercantil ao que se faz referência sustentasse em economias capitalistas e neoliberais. Também o valor do intercambio cultural possibilitador da nossa língua nom pode eximir-nos da toma de consciência crítica sobre o facto de estar-nos a relacionar com povos que, originalmente nom tinham o galego-português como língua autóctone mas milheiros de outras línguas nativas que foram exterminadas com o Imperialismo português.
É por isso que eu me considero galega. Por pertencer a um povo oprimido com umha língua oprimida. E, ao igual que desde a condiçom de mulher na que me construo, busco sair dessa opressom resistindo desde abaixo e caminhando cara a igualdade entre as pessoas, nom buscando a supremacia fronte a outras. O meu sonho nom é chegar a ser o que a opressora é, o meu sonho é acabar com a opressom toda e que cada quem poda viver na liberdade da sua própria identidade.
Por isso estou indignada com a campanha da AGAL, porque nom entendo como para dar-lhe prestígio à nossa língua podemos passar-nos ao bando do opressor e fazer apologia de um evento tal como a Copa do Mundo de Futebol, que atualmente está a massacrar o Brasil:
O Comitê Popular da Copa fala em mais de 20.000 famílias atingidas com deslocamentos desde 2009 no Rio para a construçom de complexos comercias e rodovias que levam nada a lugar nenhum. Demoliçons sem prévio aviso com pessoas ainda dentro das casas e remoçons para áreas sem estrutura para as famílias, desde saneamento básico até rede escolar. Por nom falar do reforço brutal na “segurança” com a acçom das forças armadas e da polícia, que estám a cometer violaçons sistémicas de direitos humanos contra as comunidades pobres e negras e, mais umha vez, de jeito especial contra as mulheres.
O processo de mercantilizaçom e elitizaçom da cidade por mor da Copa está a ser brutal (já foram gastos cerca de 100.000 milhons de euros para obras!). Mas também o som os movimentos insurgentes, condenados e demonizados polos mídia. Com esses é que eu estou e com esses é que eu me sinto galega, e se posso dizer que “a rebeldia fala galego” nom é porque as suas gentes falem o galego-português, mas porque muitas delas ainda falam makuxi, terena, boniwa ou guaraní; línguas que, ao igual que a minha, foram oprimidas.
O nosso reto deve ser dignificar o galego desde a perspectiva da diversidade e nunca desde a supremacia capitalista e patriarcal.
Maria Rosendo
(colado para Abordaxe por eDu)
1 jul 2014
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