Cala !, O inimigo está à escuta.
Algumha vez vistes issos cartazes antiguos fascistas com o soldado com o seu dedo índice na boca e as palavras: “Cala !, O inimigo está à escuta”? Sempre fascinou-me o seu absurdo grotesco, sempre perguntei-me a que inimigo poderia referir-se que seja pior que o mesmo poder Fascista que purgava e assassinava com represálias.
Volto pensar nesse cartaz, mesmo agora com mais frequência, quando acabo por enéssima vez no cárcere pola operaçom da R.O.S denominada “Ousadia”. Desde logo nom era só a óbvia estética fascista do nome, senom a forte convicçom de que estas detençons som a versom moderna do cartaz que advertia: “Cala !, O inimigo está à escuta”.
De sempre fum inimigo declarado do existente, assim que nunca me sorprendim ou lamentei dos disparos que nunca escatima o inimigo. Por tanto nom tenho interés algum de falar de montagem e menos de “injustiza”, gostaria de sinalar os objectivos desta vengança pois doutra maneira puideram acabar eclipsados polas historias personais dos nossos arrestos.
É evidente que a intençom nom é a de perseguir aos presuntos autores de determinadas acçons, senom a quem públicamente de sempre reivindicou a sua própria irreductibilidade ao querer derrocar o poder.
Isto é para quem, ainda prisioneiros, nom se dobram ou para quem buscam criar umha confrontaçom e dar visibilidade às acçons direitas de individualidades e grupos anti-autoritários, e deve ser tomado como umha advertência a qualquer outra pessoa que nom se dea por vencida ou a quem nom se rindem à soporífera resignaçom.
Desde logo, nom aceito o papel que se me asigna e por isso decidim unir-me à greve de fame de carácter nom reivindicativa com os meus compas e co-imputados Marco e Elisa. Deixo a quem nom tem nada melhor que fazer, atuar de juiz e filosofar sobre a crítica à acçom e a este método de luita.
Para mim é claro o motivo da minha escolha, quero aproveitar agora e para sempre qualquer instrumento de luita à minha disposiçom. Encirrado nestas quatro paredes, nom me ficam muitos, pero nunca dou-me por vencido e espero poder transmitir a minha determinaçom absoluta de nom deixar de luitar, com a esperança de que os companheiros e companheiras de afora, que bem podem ter ferramentas mais afiadas, nom fiquem atrás.
Ordena-se-nos que calemos, pero transformamos os nossos berros em rugidos para que saltem dos seus asentos.
- “Vou negar tudo ou para dize-lo mais exactamente, Destruir tudo… pero também é necessário construir.
- Isto já nom é assunto nosso… antes devemos despejar o lugar”.
Sergio Maria Stefani.
Carcere San Michele , rua Casale 50/A.
15122 Alessandria.
Colado e traduzido por Edu de Publicacion Refractario
Mais infomaçom neste blogue sobre esta greve de fome acá e acolá
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