Stefano Fosco, compa pertenecente ao blogue “Culmine” tal como comentamos nestoutra notícia de Abordaxe, fora detido em 13 de Junho e acusado na operaçom Ousadia (Ardire) de ser membro dumha asociaçom subversiva e diversos atentados da FAI tais como: Paquete explosivo ao director do CIE, colocaçom de artefacto explosivo na U de Milano (Ambos reivindicados por “Irmans em armas/Nucleo Mauricio Morales/FAI" durante Dezembro de 2009), o envio de 3 paquetes explosivos em Novembre de 2011 por parte da “cédula liberdade Eat e Billy FAI/FRI” contra o presidente do Deutshe Bank na Alemanha (neutralizado), contra o director da oficina de recaudaçom de impostos na Itália feríndo-lhe a mao e contra a embaixada grega em Paris (neutralizado). Além dumha série de sabotagens indicándo-los como os criadores do símbolo da FAI/FRI, fai pública um seu segundo comunicado dende a prisióm (a ligaçom ao primeiro tede-lo nestoura notícia deste mesmo blogue)
Carta aberta de Stefano Gabriele Fosco ao movimento anarquista.
Com o devido respeito às decisons individuais dos compas golpeados pola represom, de sempre critiquei aos anarquistas que decidem nom se pronunciar sobre a acusaçom quando som arrestados. Claro, sempre é bo nom entregar nengumha informaçom que poida ser utilizada para as investigaçons, pero istos silêncios geralmente chegam a afectar à solidariedade de per se.
Se um compa é acusado de participar nalgum tipo de acçom direita, por ejemplo, e a defensa insiste em demonstrar que el nom tem nengumha relaçom com os feitos que se lhe atribuem, entom nom tem sentido que o movimento saia com a habitual frase: “Solidariedade se é inocente, mais se é culpável”
É este espíritu o que, eu aprecio nas eleiçons dos compas gregos de “Luita Revolucionária” e as Cédulas do Lume ao assumir a sua pertenência às respectivas organizaçons. Pouco muda a nível de procedemento judicial dado que nas posteriores redadas e mega-juízos compas sem nengumha relaçom com estas organizaçons som de igual jeito incluídos, pero dentro do movimento ajuda a interpretar certos fenómenos, evitando perigosos malentendidos.
Pois bem, no que respeita à operaçom “Ardire” sinto a necessidade de confessar ao movimento anarquista, ao qual pertenezo orgulhosamente durante décadas:
Eu nom som o ideólogo da Federaçom Anarquista Informal
Eu nom tenho participaçom com nengumha das acçons reivindicadas pola FAI(Informal)
Eu nunca criei ou modifiquei o símbolo da FAI/FRI
O ailhamento de case já dois meses, e a censura impide-me umha livre discusom com os meus co-acusados, alguns dos quais nem sequer conhezo. Polo tanto, só falo por mim mesmo. Quero que o movimento anarquista conheza a minha posiçom com respeito aos cárregos na minha contra, para que nom exista nengumha sombra de dúvida.
A minha defensa apuntará a demonstrar a falsidade das acusaçons, a manipulaçom das interceptaçons ambientais, escuitas telefónicas e a descarada distorsom da realidade.
Um bo ejemplo é o nascemento do símbolo que eu nom criei nem modifiquei.
Simbolo da FAI/FRI
Bastaria umha atenta leitura da interceptaçom (manipulada) para entender a verdade acerca de dito símbolo. Eles tenhem as provas informáticas que desmintem de forma inadvertida a ridícula reconstruiçom dos meus repressores. Com o tempo vou fazer pública toda essa informaçom. Ainda assim, vala a pena sinalar que esse símbolo nunca se utilizou nas acçons reivindicadas pola FAI/FRI que me som atribuidas.
Poderia seguir refutando todas as ridículas especulaçons, porque provas nom som, que conduziríam a considerar-me como ideólogo e ejecutor das acçons reivindicadas pola Federaçom Anarquista Informal. A verdade é que a repressom anti-anarquista quijo golpear ao blogue anarquista “Culmine” polo rol que assumira a nível internacional na difusom dos comunicados de acçom direita e de anarquistas prisioneiros aeredor do mundo. Trata-se da primeira grande maniobra repressiva contra um blogue anarquista, blogue que, como dezenas de outros no planeta, publica “à luz do sol” -sem ter que recorrir a torpes “niveis ocultos”- comunicados muitas vezes recolhidos dos jornais do régime.
Como já mentara no meu primeiro comunicado(1) desde a prisiom, é o meu quinto 270 bis (Conspiraçom para subverter a orde democrática do estado) em 10 anos, um promédio de um cada dous anos. Todos sabem que quem está sendo investigado por este tipo de delitos associativos é submetido a um obsessivo seguimento, interceptaçons e alhanamentos. Pois bem, nistos 10 anos nos quais ROS nem DIGOS mantiveram-me baixo um estricto control em toda Itália, nom foi possível deter um só atentado daqueles reivindicados pola FAI (Informal). Há algumha explicaçom lógica? Umha só (por desgraça para os meus repressores) é a verdade: som totalmente alheio ao projecto FAI/FRI.
Como prova, basta com lêr os “post” publicados de Culmine e Iconoclasta nos quais critiquei abertamente a linguagem de luita armada, o uso de siglas e acrónimos, o recurso de federaçom, frentes ou nomes de organizaçons, tudo antes incluso do alhanamento em 29 de março de 2012. Pero nom é suficiente, porque os repressores acusam-me de estar detrás do perigoso “eixe italo-grego”. Pois bem, em cartas publicas enviadas aos prisioneiros da Conspiraçom de Cédulas do Lume (CCL), eu - assinado com nome e apelido- criticava abertamente a sua linguagem de luita armada, entanto mantinha intacta a minha solidariedade anarquista com eles. Culmine além ousou citar a Benito Mussolini em resposta a umha infeliz citaçom das CCL (2) E isto sería o perigoso “eixe italo-grego”?
Antes da minha detençom, ocupei-me da defensa legal dos compas gregos – cinco da CCL e dois alheios a esta organizaçom.- pola acusaçom de parte do fiscal de Bolónia, a sabendas de que os compas do CCL nom queriam defender-se de tais acusaçons. Reivindico com força o meu apoio solidário com os prisioneiros anarquistas. É aquilo que sempre figem nas últimas décadas da minha existência. Pugem-me em contacto com prisioneiros anarquistas e libertários de todo o mundo. E, quando tivem a oportunidade, também fum vissitar-lhes como ocorreu em Chile com Marcelo ou Gabriel na Alemanha.
De feito, um aspecto odioso desta maniobra anti-anarquista é aquilo de golpear aos nossos prisioneiros, recluidos desde décadas, baixo o pretexto de que nom poderiam saudar as acçons de solidariedad no seu apoio. Isto vem sucedendo desde há séculos e nom só no interior do movimento anarquista. É pura idiotez presumir que com comunicaçons – nas quais estávamos seguros de ser interceptados- eu e o companheiro Gabriel planificáramos atentados e que depois eu, terminada a chamada, fosse a leva-los a cabo. E os repressores que me controlavam, perseguiam, espiavam 24 horas sobre 24 onde estavam?.
A verdade é outra e tem a ver com a interpretaçom de que um blogue anarquista estava tratando de dar um fenómeno completamente novo no intérior do anarquismo de acçom. Um fenómeno a descifrar, que nem sequer tem um nome aceptado por todos. Som de verdade tantos os escritos, as cartas, os post que demonstram como nos últimos meses estava ocupando-me de descifrar quanto estava sucedendo no mundo.
Em tudo este debate internacional, Culmine confrontou-se com outros blogues, jornais, prisioneiros e individualidades anarquistas.
Em tudo este debate, omitiu-se deliberadamente no mar de interceptaçons manipuladas, Culmine criticou de maneira decidida o uso de termos tais como federaçons, frentes ou organizaçom. A razom é moi simple: som individualista anarquista desde sempre e para mim, o individualismo é necessariamente antiorganizaçom. Nom poderei nunca nunca unir-me a qualquer pacto associativo, nem sequer aquilo da FAI (informal). Diferente é o discurso em relaçom à minha valoraçom persoal sobre as acçons reivindicadas pola FAI (informal) ou por outras organizaçons, pero acá entramos no campo das opinions.
Como prova da minha lonjania com isto, invito a todos os compas anarquistas a lêr o que escribim sobre Culmine [3] despois da publicaçom da nom-reivindicaçom do núcleo Olga por parte do jornal “Il Corriere della Sera”. Culmine, em efeito, foi o único instrumento de contrainformaçom anarquista a prantejar umha forte dúvida sobre a veracidade daquela nom-reivindicaçom, sinalando umha grave omisom. Que o sinalado por Culmine tinha um fundamento demonstra-lo o feito de que na traducçom grega daquel comunicado efectuada polos próprios prisioneiros das CCL, fora corregida aquela omisiom cmn paréntesis quadradas (Fonte: Indymedia Atenas). Pretender que os jornalistas italianos deram-se conta da omisiom, que lhes levara a alarmar ao pais sobre os próximos 7 (e nom 8) objectivos, é pura utopia! Certo, porque teriam que ponher em dúvida a versiom oficial do Ministério do Interior. É o mesmo discurso da “pistola fumeante” (citaçom dum siniestro jornalista do régime) a propósito do símbolo nunca utilizado.
Trata-se dumha falsidade sensaçonalista, e demonstrarei-no.
Se falei extensamente do comunicado do núcleo Olga é porque por aquel comunicado ( repito nom-reivindicativo, qualquer que conheza a história dos movimientos armados sabe bem que cousa quero dizer quando ponho antes o nom-) estabeleceuse a minha alta perigosidade social, ou seja o meu encarcelamento preventivo por meses ou anos.
Com esta investigaçom quere-se estabelecer que um blogger seria penalmente responsável dos comunicados que publica, incluso quando som um copy-paste dos jornais do régime.
Além pretende-se que os prisioneiros anarquistas devam encontrarse em absoluto silêncio, melhor se é em ailhamento, durante o período da sua detençom.
Nunca conseguirám tal, ainda que ailhado e censurado continuo traduzindo comunicados e estando em contacto com prisioneiros anarquistas de todo o mundo.
Pola anarquia sempre.
Cárcere de Pisa 30 julho 2012
Ao 48° dia de ailhamento
Stefano Gabriele Fosco
Notas:
(1) Primeiro comunicado de Stefano
(2) Tras um escrito dos prisioneros da CCL onde cita a Mao Tse Tung, Culmine responde criticando a cita sinalando que incluso é possível citar a Benito Mussolini.
(3)”Ao Culmine da nossa existência… individualista”
Se se observa o comunicado do “Núcleo Olga” quando se menciona aos prisioneiros das CCL, obviam a Giorgios Polydoros.
14 ago 2012
[Itália]. Carta aberta de Stefano Gabriele Fosco ao movimento anárquico
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