Colamos esta exposiçom da realidade venezolana vista desde um prisma anarquista que, assinada por Rafael Uzcategui, recolhemos do seu blogue "Perdido en Itaca"; se bem, antes de colar á íntegra o texto que nos facilitou ANA, eu (eDu) quero fazer umha breve reflexom introductória ao respeito da "alarma internacional" criada e espalhada por "siareiras" da política dirigista de Maduro, ante a publicaçom de várias fotografias manipuladas das mobilizaçons e da repressom que tiverom grande repercussom na rede.
"Umhas fotos manipuladas som sempre denunciáveis, mas nom é o mesmo que estas sejam publicadas em redes sociais por persoas anónimas (ou quasi desconhecidas), que em jornais ou televisons (que nom é o caso). Essa alarma, baixo o meu parecer, semelha ser o único jeito destas "fanáticas e fantásticas siareiras" de pretender "quitar-lhe ferro" aos assassinatos cometidos polo régime de Maduro (mesmo fala-se de actuaçom de paramilitares pro-chavistas, denominados por Maduro com o peculiar nome de "colectivos", que lembra ao termo "contratista" usado polos EEUU para referir-se aos seus paramilitares que actuam em tudo o mundo) e á brutalidade repressiva do régime, com umha política de Estado violatória dos direitos humanos, e que se diferència bem pouco (ou bem nada) da que essas mesmas "siareiras chavistas" denunciam que se practicam por estes lares. Como sempre!!".
Em 4 de fevereiro de 2014, estudantes da Universidade Nacional Experimental do Táchira, localizada no interior do país, realizaram um protesto devido ao abuso sexual contra umha companheira, devido a situaçom de insegurança da cidade. A manifestaçom foi reprimida e vários estudantes presos. No dia seguinte, outras universidades do país realizaram seu próprio protesto, pedindo a libertaçom destes presos, sendo por sua vez reprimidos e alguns estudantes encarcerados. A onda de indignaçom tinha o contexto da crise econômica, a situaçom de escassez e crise de serviços básicos, assim como o começo da aplicaçom de um pacote de medidas econômicas por parte do presidente Nicolás Maduro. Dos políticos opositores, Leopoldo López e Maria Corina Machado, tentam capitalizar a onda de descontentamento convocando a novas manifestaçons sob o lema de “La Salida”, para pressionar pela renúncia do presidente Maduro. Seu chamado também reflete as divisons internas da política opositora e o desejo de deslocar a liderança de Henrique Capriles, que rejeita publicamente os protestos. A coalizom Mesa da Unidade Democrática (MUD), tampouco as apoia.
O governo, ao reprimir os protestos, consegue que os mesmos se estendam por todo o país. Em 12 de fevereiro de 2014, pessoas em 18 cidades se mobilizaram pela libertaçom dos presos e em rejeitamento ao governo. Em algumhas cidades do interior, particularmente castigadas pela escassez e a falta de luz e água, as mobilizaçons som massivas. Em Caracas três pessoas som assassinadas no marco das manifestaçons. O governo culpa dessas mortes os próprios manifestantes, mas o jornal de maior circulaçom do país, Últimas Notícias, que recebe o maior orçamento publicitário do governo, revela mediante fotografias que os assassinos eram funcionários policiais. Como resposta, Nicolás Maduro afirma em cadeia de rádio e televisom, que os polícias foram “infiltrados pola direita”.
A repressom contra os manifestantes nom só utiliza organismos policiais e militares, senom que têm incorporado a participaçom de grupos paramilitares para dissolver violentamente as manifestaçons. Um membro da Provea, ONG de direitos humanos, foi sequestrado, golpeado e ameaçado de morte por um deles no oeste de Caracas. O presidente Maduro tem estimulado publicamente a actuaçom destes grupos, aos quais denomina “colectivos”.
O governo venezuelano na actualidade controla todas as canles de televisom, e tem ameaçado com sançons às rádios e jornais que transmitam informaçons sobre as manifestaçons. Por isso, o espaço privilegiado para a difusom de informaçons têm sido as redes sociais informáticas, especialmente o twitter. O uso de dispositivos tecnológicos pessoais têm permitido gravar e fotografar amplamente as agressons dos corpos de repressom. Organizaçons de direitos humanos relatam que em todo o país os presos (muitos deles já liberados), têm ultrapassado de 400, e que têm sofrido torturas – incluindo denúncias sobre abuso sexual – tratamentos cruéis, desumanos e degradantes. Quando isso foi escrito, 5 pessoas tinham sido assassinadas nos marcos das manifestaçons.
Em seus discursos Nicolás Maduro estimula que os manifestantes a seu favor assumam posiçons mais radicais e violentas. Automaticamente, sem nengumha investigaçom criminalística, afirma que cada pessoa falecida tem sido assassinada polos próprios manifestantes, a quem desqualifica permanentemente com todos os adjectivos possíveis. No entanto, esta beligerância, parece que nom está sendo compartilhada por todo o movimento chavista, pois muitas de suas bases se encontram na expectativa dos acontecimentos, sem expressons activas de apoio. Maduro tem conseguido mobilizar unicamente aos empregados públicos nas escassas manifestaçons de rua que têm realizado. Apesar da situaçom e devido a grave situaçom econômica que enfrenta, Nicolás Maduro continua tomando medidas econômicas de ajuste, sendo a mais recente o aumento da unidade tributária.
O aparato de Estado reitera permanentemente que enfrenta um “Golpe de Estado”, que repetiria o ocorrido na Venezuela em abril de 2002. Esta versom tem conseguido neutralizar a esquerda internacional, a qual nem sequer tem expressado sua preocupaçom pelos abusos e mortes nas manifestaçons.
Os protestos se realizam em muitos pontos do país e nom tem um centro de direçom, sendo convocados através de redes sociais. Entre os manifestantes há opinions diversas sobre os partidos políticos opositores, por isso é possível encontrar tantas expressons de apoio aos mesmos como de rejeiçom. No caso de Caracas, som protagonizadas especialmente por sectores de classe média e universitários. No interior do país, ao contrário, tem se incorporado sectores populares às manifestaçons. Em Caracas as petiçons som majoritariamente políticas, liberdade para os presos e renúncia do presidente, enquanto que no interior do país, incorporam demandas sociais, como a crítica a inflaçom, a escassez e a falta de serviços básicos. Ainda que algumhas manifestaçons tenham se tornado violentas, e alguns manifestantes tenham utilizado armas de fogo contra polícias e paramilitares, a maioria das manifestaçons, especialmente fora de Caracas, seguem sendo pacíficas.
A esquerda revolucionária independente venezuelana (anarquistas, sectores do trotsquismos e do marxismo-leninismo-guevarismo) nom tem nengumha incidência nesta situaçom e somos simples espectadores. Alguns estám denunciando activamente a repressom estatal e ajudando as víctimas de violaçom dos direitos humanos. Venezuela, um país historicamente petroleiro, possui níveis baixos de cultura política entre a populaçom, por isso os manifestantes opositores têm o mesmo problema de “conteúdos” que as bases de apoio do oficialismo. Mas enquanto a esquerda internacional continue lhes dando as costas e apoie acriticamente a versom estatal de golpe de Estado, deixa milhares de manifestantes à mercê dos discursos mais conservadores dos partidos políticos de oposiçom e sem referências anticapitalistas, revolucionárias e de mudança social que possam influenciá-los. Neste sentido a detençom de Leopoldo López, líder conservador opositor, consegue que sua figura se converta em centro de umha dinâmica mobilizadora que até o momento em que isto se escreve, havia superado aos partidos políticos opositores ao governo de Nicolás Maduro.
O que acontecerá em curto prazo? Creio que ninguém o sabe com exatitude, especialmente os próprios manifestantes. Os acontecimentos estám em pleno desenvolvimento.
Rafael Uzcategui
Para informaçons alternativas sobre a Venezuela recomendamos:
http://periodicoellibertario.blogspot.com
http://www.derechos.org.ve
http://laclase.info
Ps: Se queredes ler sobre os elementos que contradizem que na Venezuela haja golpe de Estado, recomendamos ler no mesmo blogue "Las Diferencias de Abril"
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