27 sept 2012

[Itália] Carta de Massimo Passamani desde a prisom de Alessandria

Dias atrás neste mesmo blogue faziamo-nos eco dumha carta escrita por um preso, Maurizio Alfieri, quem compartilhara prisiom com o Massimo em Tolmezzo, e na que explicava o porquê do rápido translado de Massimo á prisiom de Alessandria, além de testemunhar moi bem os abusos por parte da administraçom penitenciária.

Agora fazemo-nos eco desta carta de Massimo Passamani desde o seu aprisonamento em Alessandria, que vem a monstrar os laços de solidariedade entre o Maurizio e o Massimo.

Alessandria, dezaoito de setembro 2012

Queridas companheiras e companheiros:

Com esta carta vos quero dizer algo que me chega ao coraçom e avissar-vos dumha intençom. Quando me levarom, o passado 27 de agosto, à secçom de ailhamento da prisiom de Tolmezzo, conhecim alguns moços lá encirrados. Receberam-me, nom só de forma solidária, senom também fraternal. Ainda que só fosse durante umha semana (despois fum transladado à secçom de Alta Vigiância acá, em Alessandria), compartilhamos comida, café, cigarros, berros e golpes nos barrotes por protesto. O cárcere de Tolmezzo é umha prisiom punitiva, onde a cotio há abusos e malheiras. Denunciei tudo isto ao juiz de instruiçom, antes de ejercer o meu direito de permanecer em silêncio.

Maurizio Alfieri é um dos que conhecim, quem está no cárcere desde há dezaoito anos sem ter nunca desfrutado dos dias de saida anticipada por estar sempre luitando com a sua cabeça erguida. Leva em ailhamento mais de tres meses polas numerosas denúncias de malheiras que tem reunido e feito públicas, e vive baixo contínuas ameaças (a última, em represália pola manifestaçom de solidariedade organizada lá em Tolmezzo polos companheiros: negaçom de chamadas telefónicas, Junta disciplinária para ele e os outros moços). A capacidade e a bondade fraternal de Maurizio chegou-me direitamente ao meu coraçom. O mesmo acontece com as companheiras e companheiros com quem Maurizio está em contacto, mais forte e mais decidido que antes. Ameaçam-lhe, despois de ter-lhe deixado que sofra durante muito tempo, com submeter-lhe de novo ao régime14bis (sem televisiom, a janelinha da sua porta sempre fechada, restricçons sobre as suas saidas ao pátio, etc.).

Com esta carta declaro anticipadamente –para que cada quem assuma as suas responsabilidades– que se a directora da prisiom de Tolmezzo aplica tal medida vengativa e cobarde, iniciarei de seguido umha greve de fame. Nom sinto grande simpatia polas greves de fame (polo princípio de que, se som os opressores quem cometem as injustizas, nom vejo porquê temos que ser nos quem as sofrem….), pero outras formas de luita, por agora, quero reserva-las para eventuais questons que atingem também aos demais companheiros presos comigo em Alta Vigiância. Esta forma de protesto serviria, em princípio, para manter vivo o pensamento e a cercania com Maurizio. Esta secçom tem o objectivo de ailhar-nos, nom só do resto do mundo e das luitas, senom também das outras presas e presos e, mais em geral, da nossa classe. O meu esforço quere ir numha direcçom obstinada e contrária. A miudo, falamos nas nossas brochuras e nos nossos textos de joventude selvagem, de classe perigosa, de rebeldes sociais que som nossos cúmplices “naturais” na revolta e na sublevaçom. No fundo, o poder, com as suas supostas “asociaçons” ataca preventivamente a nossa disposiçom, numha sociedade que é um “formigueiro de homes solitários”, de compartilhar ideias, sonhos, necessidades, práticas, vida. Tal e como figera um atracador chamado Maurizio com um desconhecido coma mim. Pedo a quem compartilhe sentimentos e visons da vida similares que se movilice até acadar que este 14 bis -cárcere no cárcere- nom se passe. Para ser um pouco mais livres. Para nom olvidar a quem segue na luita, também no cárcere, também sozinho.

Aproveito esta carta – dado que a anterior nunca chegou – para agradecer toda a calurosa solidariedade que aclara os meus dias.

Um abraço entregado às compas presas e presos, aos meus irmaõs encirrados em ailhamento em Tolmezzo, ao Val (di Susa) que resiste e a quem luitam pola liberdade de todas, ainda a risco de jogar-se a sua.

Massimo Passamani

Para escrever a Maurizio:

Maurizio Alfieri
c.c. via paluzza 77 –
33028 Tolmezzo (Udine)

Mesmo podem-se escrever cartas ou postais à direçom do cárcere, que serám utis

Para escrever a Massimo (entende o castelám):

Massimo Passamani
Carcere San Michele strada Casale 50/A
15122 Alessandria
Italia

Traduzida e colada por Edu de informa-azione.info

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