26 sept 2011

Lume em Bilbo - Derrubo da Kukutza Gaztetxea

O que há 13 anos era umha fábrica abandonada propiedade de um narcotraficante, até há umhas horas era um centro cultural autogestionado no bairro bilbaino de Rekalde, Kukutza Gaztetxea. O que era considerado como um bairro marginal, Kukutza conseguiu converte-lo em um ponto de referência cultural, dinámico e ateigado de vida. Milheiros de jovens, crianças e nais passamos por o seu comedor vegano, polas suas aulas de teatro, malabares, gimnasia ou percussom. Hoje foi derribado, polo médio umha massa de ilegalidades, especulaçons urbanísticas e umha repressom policial própria dum estado de sítio.

Na manhám de onte, a juiz Elena Galán Rodríguez de la Isla, levantava a paralizaçom cautelar do derribo do centro social ocupado. Mentres, na porta atopavam-se centos de jovens aguardando o destino de Kukutza. As condiçons eram as piores que se tinham conhezido mas, nunca com medo e sim com sentido crítico, umha vez mais quigerom denunciar o abusso sufrido por parte do poder. Até as escaleiras do julgado vinherom com vendas, fotografías de feridas causadas pola brutalidade da Ertzaintza nos dias anteriores e umha faixa com a legenda "Voy tó morao y no me he tomao ná".

A umha do mediodia confirmava-se a decissom da juiz. As excavadoras vam de caminho a Rekalde. Bizkaia toma umha bocanada de ar e prepara-se para sair a rua. Os metros fervem, os carros chegam aginha desde qualquer ponto para poder botar-lhe umha ultima olhada ao gaztetxe.

As excavadoras nom possem acceder, há muita gente que nom está disposta a deissa-las passar. As carapuzas estám postas, a insumissom ante umha injustícia está a piques de estourar mas também estám listas as pelotas de goma, as porras e as detençons. Começam as primeiras cargas e nom se olha para quem; velhos, mulheres grávidas, jornalistas... Ás suas costas Kukutza começa a ser demolida. É o caos, ninguém sabe o que acontece e nos médios de des-informaçom há um siléncio mediático. Prendem-se os computadores e as rádios e a gente sintoniça as emisoras livres para escuitar o que acontece mas também para informar.

Chegam os primeiros dados de detidas, as feridas som incalculáveis. É o intre no que um médico do ambulatório do bairro de Rekalde liga para a rádio e explica que a Ertzaintza entrou no centro médico para deter ás feridas. Ante a negativa das doutoras, a Ertzaintza rouba os partes médicos das lessons. Esta nova difundida, assim como as mensagens de apoio nom gostam ao corpo repressivo e ameaça ao medio de comunicaçom publicamente e em directo. Na rua, as jovens seguem defendendo-se e aproveitam os portais e os establecimentos para fugir das malheiras. É o intre no que a Polícia entra nos locais, arranca as persianas metálicas, rompe o que tem ao seu passo e dispara pelotas de goma contra as que estám dentro.

Cae a noite. Desconheze-se o motivo mas o alumbrado público deissa de funzionar nas ruas dos incidentes, está todo ás escuras. A Ertzaintza ve-se desbordada, está muito nervosa e pide ajuda aos municipais e á Policia Nacional. Continúam as cargas e as carreiras, as jovens cruçam contentores para que nom circulem as grileiras mas é inútil. Os disturbios extendem-se até o centro de Bilbo até chegar á Casa do Concelho que permanece acordonada.

Tras umha briga na Casa do Concelho, as defensoras de Kukutza dispersam-se pola zona velha da cidade. A vizinhanza abrem-lhes os portais, botam objetos sobre a policia e berram em favor de Kukutza. Os antidisturbios nom o duvidam e disparam bolas de goma contra as janelas e fachadas. A cifra de detidas polo momento é de 26 moças.

A madrugada sigue mas hoje Kukutza forma já parte da história da rebeldia de esta cidade. Milheiros de jovens tomarom as ruas, fizerom-lhe frente a umha violência policial extrema e defenderom um modelo social no que a autogestom, o respeito e o trabalho voluntário som valores polos que vale a pena luitar e nos que o capitalismo, a especulaçom e a repressom serám combatidos donde quiger que se atopem. Vemo-nos na seguinte Kukutza e a ver se o pensam duas vezes no seguinte despejo.

PS: A crónica foi escrita por Noelia Rodrigues na madrugada do dia 24. Depois continuarom disturbios e repressom; as detençons chegarom a 31 pessoas.

Colado de galizalivre.org

3 comentarios:

  1. Cacería (Nota de kukutza)

    No van a ocultar este Estado de Excepción. La Verdad está en la calle. El pueblo tiene la palabra.

    Kukutza quiere agradecer a todos lx vecinxs de Errekalde, Bilbotarras, y compañeras de Euskal Herria y el mundo entero la solidaridad mostrada en defensa de este proyecto popular. Todo el apoyo recibido en estos días nos dan fuerza para seguir adelante.

    Hoy nos vamos a dedicar a ayudar a todas esas vecinas y ciudadanas que han recibido palizas por parte de la policía de Ares y Azkuna, así como a dar soporte a las ciudadanas detenidas.

    Las gentes de Errekalde y las compañeras que se acercaron al barrio están contando lo sucedido. Tenemos que documentar la cacería policial, mandad vuestras fotos, testimonios, links de videos, partes… a ”kukutza@gmail.com”.

    No van a ocultar este Estado de Excepción. La Verdad está en la calle. El pueblo tiene la palabra.

    Atentas a las próximas movilizaciones.

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  2. Mais informaçom em Boltxe.- [Fotos, Seguimiento actualizado] Kukutza III asesinada, larga vida a Kukutza IV http://boltxe.info/?p=38461

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  3. O que para mim é umha crónica. Podedes le-la à ìntegra (recomendaçom fervente) em http://www.rebelion.org/noticia.php?id=136359&titular=lagrimas-y-pu%F1os-por-kukutza

    Traduzo um treito:

    Na “batalha de Kukutza” enfrontarom-se os dois modelos de mirar a esse futuro, os apoltronados defensores da actual orde caduca, exploradora, expoliadora, corrompida e repressora, fronte a quem vam mudar a sociedade como derradeira oportunidade para salvar à humanidade e ao planeta, tomando para elo por bandeiras velhos e case olvidados valores como a honestidade, a igualdade, a generosidade, a solidariedade, a liberdade.

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