24 jun 2011

Debate: Segunda carta ao movimento libertário:


“quiem deboram a vida com ánsia correm o risco de ser deborados pola vida, aceitamos com gosto o risco de correr riscos.”

"Em troques, o anarquismo com o que nos identificamos é aquel que,reconhecendo a importância da participaçom em grupos de afinidade específicamente libertários-, entende que os valores anarquistas só poderám ser desenvolvidos num espaço dinámico de movimentos sociais, horizontais e autónomos, em conflictos concretos e reais por melhorar acá e agora as condiçons de vida dos oprimidos e oprimidas de qualquer signo. E a intervençom ácrata, junto a pessoas de outro pensamento, nom difumina a nossa identidade como anarquistas, pola contra potencia-la. Porque os valores-e nom as etiquetas-que defendeu o nosso movimento ao longo da história aspiram a ser vividos por qualquer pessoa com aspiraçons de justiza social e liberdade, e nom só por um grupo reduzido de anarquistas convencido/as"
Rafael Uzcátegui "Crónica Negra n°2 Nov. 2010 Santiago de Chile

Há algo mais dum mês, ao início das luitas do movimento 15M um grupo de indivíduos livres reunimo-nos para decidir colectivamente a conveniência de participar nelas aportando um prisma libertário ao discurso e as açcons que na praça se sucediam.

Na primeira carta ao movimento libertário expugemos os motivos que nos levaram a elo e tentamos a través dela promover a activa participaçom de muitas companheiras que botavamos em falha. É dificil valorar as repercusons daquel escrito ainda que a sensaçom que nos fica é que apenas provocou leves cóxegas nalgumhas consciências sem mais trascendência.

Se algo somos é obstinadas e o objectivo desta segunda carta é por umha banda demonstrar que o trabalho deu os seus froitos e por outra e em consequência apelar à madurez e responsabilidade das libertárias instándo-lhes a estar onde o momento histórico nos chama a estar.

Todas somos anarquistas até que toca demonstrar-lo. Vos asseguramos que todas as reflexions estám feitas: sabemos que muita da gente que se movilizou fijo-o ante umha perda de riqueza e buscam a implantaçom de medidas que restaurem o seu poder adquisitivo, sabemos que muita gente só pede reformas democráticas que regulem a corrupçom política, sabemos que para outros muitos é umha festa reivindicativa, outra mais, acá e agora como o foram as manifestaçons contra a guerra, por umha vivenda digna ou contra Bolónia, sabemos que há quem busca sacar rendimento partidário da coiuntura...

Nom somos imbéciles todo isso sabemo-lo pero ante essas reflexions podemos actuar de duas manéiras. Utliza-las como parapeto, como auto-justificaçom ao nosso imovilismo. Ou abrir o zoom com inteligência e caer na conta que a pesar de que essas sejam algumhas das motivaçons da movilizaçom, há muita outra gente que está descubrindo pouco a pouco outro modo de fazer as coisas sobrepassando os límites legais, buscando modos novos de relaçonar-se sem o benefício personal de por méio, gente capaz de construir realidades políticas por si mesmas sem depender de autoridades partidistas, institucionais. Levando a cabo aquilo do que nos tanto presumimos e que muitas vezes somos incapaces de ponher em marcha sem ser responsabilidade exclusiva das libertárias, o esforço destas ajudou à descentralizaçom dos protestos. A transladar as luitas aos bairros e incidir críticamente nos discursos e acçons. Em muitas das assembleias de bairros o discurso que se oe, as linhas de trabalho que se promovem se passam únicamente pola dotaçom de instalaçons que aportem maior benestar ao bairro: centros de saude, casas de cultura, parques e jardins, espaços deportivos, colégios publicos; ou bem se fai seguidismo de consignas que venhem de “arriba”, da praça 15M apelando à reforma eleitoral...que carecem de debate prévio
Estúpidas de nos, as anarquistas, lançamo-nos ferozmente a criticar estas assembleias e este tipo de demandas porque todos temos claro que umha casa de cultura dependeria da manipulaçom dos políticos e acabaria promovendo evasiom e nom pensamento crítico; criticamos a demanda de novos centros educativos porque temos claríssimo que a educaçom formal basea-se no encerro e na transmisom de valores de competitividade; que umha reforma eleitoral nos deixaria igualmente escravas cambiando apenas a cadea...em fim o abc que toda boa libertária deve conhecer sobre os méios de control social.

As que escrevemos este texto perguntamo-nos se acaso a umha só libertária se lhe ocorreu pensar que isso que ela tem tam claro, a sua vizinha desconhece-lo por completo e que o desconhecemento doutras linhas de actuaçom levam-na a assumir em muitas ocasions outras posiçons menos criticas. A nossa laboura é diversificar o discurso e mais que o discurso o trabalho real é arremangar-se e deixar de encher-nos a boca de autogestom, autonomia, autodefensa, solidariedade, apoio mútuo e fazer propaganda polo feito. Baixar à realidade, contactar com as nossas vizinhas e construir com elas, sem capitalizar nem liderar aportando a nossa experiência.

A responsabilidade de que as posturas políticas madurem e se radicalicem é nossa e em consequência se nom o conseguimos também será nossa a culpa, nossa enéssima derrota provocada polo maldito inmovilismo.

A naide parirom-nos anarquistas, todas fumos madurando políticamente ao longo dos anos, todas erramos milhons de vezes e delas aprendimos milhons de coisas. Concedamos a oportunidade às nossas vizinhas das assembleias de bairro o direito a equivocar-se, a provar diferentes modos de actuar e trabalhemos nos desde a nossa experiência. A minha vizinha nom pode ser a minha inimiga nem o objecto das minhas críticas pola candidez das suas propostas.

Podemos passarnos a vida contándo-nos uns a outras, assim case ao ouvido, dentro dos nossos centros sociais que é a pedagogia libertária, ou a libertaçom sexual, a autonomia, a luita contra as prisions ou podemos aproveitar o momento ir às assembleias do nosso bairro e tecir redes sociais favoráveis a construir umha educaçom nom formal e entre todas nom só crara às crianças, mudar as actitudes discriminatórias, construir espaços de intercambeo sem dinheiro de por méio, organizar autodefensa ante despidos e situaçons de exploraçom laboral...

Isso supom trabalhar e algumha se pensou que fazer-se anarquista era o contrário, advertimos-lhe que está moi equivocada. Ser anarquista nom sinifica assumir tal grado de liberdade que um poida fazer o que lhe pete incluendo nom fazer nada. Quem assim o criam já se podem quita-la chapa e buscar umha outra tribu urbana, isto é um movimento político. Ser anarquista sinifica tomar consciência das injustizas do mundo no que vivemos e actuar em consequência, com responsabilidade e com firmeza para muda-lo.

Assembleia de individuas iguais. Valência Junho 2011

Colado e traduzido de http://mislatacontrainfos.blogspot.com/

2 comentarios:

  1. Acho interesante de colar esta aportaçom do auto-denominado "comunista republicano" Manuel F. Trillo no diário InSurgente.org e mesmo os comentários aportados como aportaçom ao debate sobre o 15M:
    http://www.insurgente.org/index.php?option=com_content&view=article&id=7759:ahora-toca-el-fenomeno-del-15-m&catid=139:estado-espanol&Itemid=557

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  2. Umha outra interesante aportaçom:

    http://www.kaosenlared.net/noticia/cambios-de-opinion

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