6 jun 2014

Brasil: Noites brancas e céus estrelados

Recolhemos de ContraInfo (pt)

A Copa do Mundo no Brasil e os sobresaltos internacionais da insurreiçom

A Copa do mundo nom é umha questom de futebol. Se um país se candidata à organizaçom deste evento isso é porque o futebol cumpre hoje a funçom que o espectáculo de gladiadores na Roma antiga teria, tal como é umha oportunidade inesperada para o Estado organizador avançar a passo largo no seu desenvolvimento económico e influência política. A Copa tem um custo monstruoso, no entanto o retorno sobre o investimento promete, quase de certeza, ser suculento. O Brasil, considerado como umha das grandes potências económicas mundiais, conta agora subir deste modo alguns degraus organizando a Copa e os Jogos Olímpicos.

A Copa do mundo é também um projecto do Poder para conter as tensons sociais e oferecer o espetáculo da sua adoraçom. Para as entidades do Estado e interesses económicos, trata-se de umha oportunidade de criar as condiçons para a abertura de novos mercados, calar a boca a certas resistências e realizar um salto qualitativo na ocupaçom do território e exploraçom capitalista. É a grande missa moderna do Estado e do Capital, onde a arrogância do Poder se exibe no espetáculo dos estádios, das massas bugiantes, dos écrans, das emissons em direito e do orgulho nacional.

A concessom da organizaçom da Copa do Mundo de 2014 ao Estado brasileiro, significou a instantânea e sistemática intensificaçom da militarizaçom da gestom da “paz social”. Novas unidades policiais viram a luz do dia, concebidas segundo o modelo das tristemente célebres “operaçons de pacificaçom”, Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), implantadas, a partir de 2008, em dezenas de bairros difíceis e favelas do Rio de Janeiro. O Estado, em nome da guerra contra o narcotráfico, tomou de forma militarizada o controle dos bairros. Ao longo de quatro anos, segundo os números oficiais, mais de 5.500 pessoas foram assassinadas pela polícia, só no Rio de Janeiro. Nos bairros onde os traficantes foram caçados, som paramilitares os que agora fazem a chuva e o bom tempo.

Mas a Copa do Mundo, obviamente, nom leva só um único aspecto de uniforme. Os estádios foram construídos em locais estratégicos das cidades por umha quantia que ultrapassa os 3,5 bilhons de dólares. As favelas foram despejadas e arrasadas com vista à construçom de novos bairros de classe média, centros comerciais, hotéis de luxo e facilidades de acesso às praias. Corredores de transporte e rodovias foram remodelados e tornados seguros; aeroportos, portos e redes elétricas foram construídas ou reconstruídas. No Rio de Janeiro, 250 mil pessoas foram expulsas à força de suas casas para dar lugar a projectos de construçom ligados à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016. A Justiça brasileira nom escondeu as suas intençons sobre os planos para o futuro de todos esses estádios que serám utilizados para sediar alguns jogos apenas: estudos estám em andamento para analisar a forma como os novos estádios em Manaus, Brasília, Cuiabá e Natal poderám ser transformados em prisons.

A Copa do Mundo é, portanto, umha operaçom de limpeza social. O Estado e o Capital se descartam dos indesejáveis, das camadas da populaçom que se tornaram supérfluas na circulaçom de mercadorias e que nom podem ser mais do que fonte de problemas. Constituíria, no entanto, um erro considerar essa operaçom como umha “excepçom”, legitimada por democracias através da Copa do Mundo: trata-se, de facto, de umha autêntica restruturaçom, umha intensificaçom do controle social e da exploraçom. Copa do mundo ou crise, guerra ou reconstruçom, desastres naturais ou urgências... o Poder faz-nos depender de “situaçons de emergência” que som, de facto, o cerne do progresso capitalista e estatal.

A cerimónia da Copa do Mundo abre todos os mercados imagináveis. E isso nom é apenas relativo à especulaçom imobiliária ou à indústria da segurança. Há meses, camponeses relataram que camions recheados de cocaína iam e voltavam da Colômbia para atender as “necessidades” de três milhons dos turistas esperados. Tal como na Copa do Mundo na África do Sul em 2010, a prostituiçom vai crescer vertiginosamente. Nos estaleiros dos estádios – onde inúmeros trabalhadores imigrantes trabalham em condiçons particularmente difíceis – as empresas açoitam para cumprir com êxito os prazos. Sem esquecer as diferentes fraçons do Poder no Brasil que fazem negócios e celebram acordos com o governo: as gangues de traficantes ocupam-se do trabalho sujo de expulsom das pessoas que resistam demais a programas de urbanizaçom, enquanto os paramilitares som contratados pelas empresas, para garantir a segurança nos canteiros de obras e esmagar a greve ou os protestos, através de chantagens e assassinatos.

Mas a novidade nom é todo este horror. A novidade é que em Junho de 2013 o Brasil esteve em chamas quase um mês. O que começou como um movimento contra o aumento do preço de tarifa de ônibus transformou-se numha revolta descontrolada e generalizada contra o Poder. A partir deste mês de revolta têm acontecido cada vez mais conflictos – em torno dos despejos, resistências contra os planos de austeridade, protestos contra assassinatos cometidos por polícias, ou mesmo em distúrbios antipatrióticos, como durante a festa nacional do 7 de Setembro, etc – que têm degenerado e escapado do controle de mediaçom política clássica. Nos últimos meses, um imaginário social nasceu no Brasil que poderá, amanhã, queimar as ruas de novo.

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Enquanto na Síria o poder e os seus concorrentes tentam travar e afogar num banho de sangue a onda de insurreiçons e revoltas que contagiam cada vez mais partes do mundo; enquanto na Grécia a populaçom se vê oprimida e aterrorizada com vista a apagar a memória da insurreiçom de Dezembro de 2008; enquanto na Ucrânia umha insurreiçom popular se vê pisoteada pelo jogo macabro entre as diferentes fracçons do Poder; enquanto no Egito, Turquia, Bósnia, Líbia, etc., a ordem parece se voltar a organizar e recuperar, a Copa do Mundo no Brasil apresenta-se como umha tentativa de cobrir com chumbo as contradiçons sociais que atravessam toda a América Latina.

Umha restruturaçom do Capital e do Estado está em curso por todo o mundo, apresentando diferentes formas, segundo os contextos e as condiçons específicas de cada lugar. As fronteiras nacionais revelam-se mais do que nunca o que sempre foram: cercas e muros para controlar a revolta potencial dos deserdados. Portanto nom é coincidência se, perante a contaminaçom manifestada entre as diferentes rebelions dos últimos anos – umha contaminaçom que nom é baseada nas condiçons semelhantes mas sim numha nova imaginaçom nom mediada pela possibilidade de se sublevar, de umha outra vida – o Estado aposte no nacionalismo e nos sentimentos reaccionários: dos movimentos fascistas em ascensom na Europa até ao renascer do patriotismo nos países que conheceram «primaveras árabes», do anti-imperialismo barato dos velhos líderes como Chávez até à febre pelas equipas nacionais de futebol.

Mas, em vez de detalhar mais os movimentos internacionais da reacçom, debrucemo-nos antes sobre os da revolta e as oportunidades que abrem. Durante a revolta de Junho de 2013, no Brasil, os revoltosos gritaram: «Depois da Grécia, depois da Turquia, agora é a vez do Brasil!». As revoltas, de que temos conhecimento nos últimos anos, têm começado a abrir portas para se acabar com o daqui e o de lá. Os vínculos entre os diferentes Estados nacionais, em matéria de repressom, certamente foram reforçados a umha velocidade vertiginosa, mas isso nom deveria nos surpreender ou assustar. Dada a crescente instabilidade social e o entrelaçamento total das economias e dos sistemas estatais, pode-se imaginar que, se acontecer algumha coisa algures, ela possa ter também consequências em outros lugares. E este movimento já está em curso, na própria imaginaçom, esse solo particularmente fértil à revolta. Trata-se agora de apresentar também esta imaginaçom nos nossos projectos de luta e aproveitar as oportunidades que surgem.

Nom há ciência de insurreiçom. Muitos dos recentes exemplos – dos tumultos em Londres em 2011 aos levantamentos no mundo árabe – põem em evidência o carácter imprevisível da insurreiçom. Os pretextos podem ser até muito “banais”. Esta imprevisibilidade, no entanto, nom deve nos lançar para umha posiçom de espera pela “próxima rodada” em algum lugar no mundo; pelo contrário, esta afirma a necessidade de umha conflictualidade permanente, de umha preparaçom em ideias e nos actos. Só deste modo se pode esperar nom nos encontrarmos depois privados de tais momentos: independentemente de onde cada um se situar no planeta, poderíamos tentar dar contribuiçons qualitativas que impulsionem as revoltas em curso numha direçom radicalmente emancipatória, que as fagam atingir as estruturas fundamentais da dominaçom moderna e da sua reproduçom, as estructuras que se encontram por trás das fileiras dos polícias e fachadas dos bancos. Sublinhar o carácter imprevisível da insurreiçom nom significa ter a pretensom que ela caia da lua. Trata-se apenas de precisar que podem existir tensons que sejam indicador de oportunidades crescentes de revolta, nom existindo contudo algumha certeza quanto a estas possibilidades se tornarem realidade. No sentido contrário, podem existir contextos de conflictos que nom permitem de todo entrever a próxima explosom de revolta e que estám contudo a fazer saltar a tampa da panela. A imprevisibilidade da insurreiçom nom deve, contudo, representar grande problema para os/as anarquistas que constantemente entram em confronto com a autoridade, representa antes um problema grande para o Estado. Se analisarmos os investimentos maciços que têm sido feitos à escala internacional no controlo e meios de repressom, nom parece que o Estado esteja completamente inconsciente deste ponto fraco.

A insurreiçom é um jogo de conexons incríveis e de actos imprevistos. Esta nom é umha matemática, onde a presença dos dígitos fornece a resposta definitiva. Nom é umha questom de “solidariedade exterior” que aplauda a revolta do outro. Cada contexto e cada momento proporcionam possibilidades e oportunidades diferentes. Os anarquistas devem fornecer-se das análises, dos conhecimentos e dos meios para passar à ofensiva e atacar.

Dever-se-ia também procurar aprender com as experiências insurrecionais, tanto nas nossas análises como nas nossas prácticas. O tempo da dominaçom vai sempre mais rápido o que faz regredir a memória das revoltas. As insurreiçons nom som a revoluçom social e nom podem mais ser consideradas como etapas num desenvolvimento linear até à revoluçom social. Som acima de tudo momentos de ruptura durante os quais o tempo e o espaço escapam de maneira efémera ao aperto da dominaçom. Dada a agudizaçom da repressom – o fato da autoridade estar sempre pronta a afogar em sangue a revolta dos/as oprimidos/as – e a confusom aparente das motivaçons de muitas pessoas após os momentos contemporâneos de revolta, algumhas recuam perante a perspectiva da insurreiçom. Contudo. É precisamente a insurreiçom que quebra o cerco do controlo e repressom num mundo onde o extermínio em massa e o massacre organizado som já a rotina diária do Estado e Capital. É precisamente a insurreiçom que pode criar o espaço que permita traduzir a sua rejeiçom e revolta em ideias mais claras e assertivas. Nom é somente do lado da ordem que se receia o carácter imprevisível e incontrolável da insurreiçom mas também entre os revolucionários que procuram a salvaçom na repetiçom de velhas receitas políticas: em vez do ataque em todo o lado e a toda a hora, a construçom de um movimento revolucionário unificado; em vez da insurreiçom o desenvolvimento gradual de um «contra poder»; em vez da necessidade da destruiçom, a ilusom de umha mudança gradual nas mentalidades. Vemos entom anarquistas que assumem o papel da esquerda moribunda ou o dos ex-revoltosos que partem à procura das certezas nas elocubraçons sobre o «sujeito histórico do proletariado» ou ainda, para encontrar as receitas de umha «revoluçom victoriosa», iniciando a leitura de obras de um Lénine. As recentes experiências de insurreiçom assinalam todas elas, portanto, a necessidade de encontrar outras maneiras, outros caminhos que radicalmente e permanentemente separem-se de toda a visom «política» da guerra social.

A perspectiva revolucionária clássica da autogestom morreu. Está na hora de tomar isso em conta e de pôr termo às tentativas de a ressuscitar sob outras palavras e sob outras formas. Nenhumha estrutura do capital ou do Estado pode ser revertida para servir de umha forma emancipatória; nenhumha categoria social é, pela sua essência, portadora de um projecto de transformaçom social; nenhumha batalha de defesa se transformará em ofensiva revolucionária. O paradoxo contemporâneo, com o qual temos de nos confrontar, reside na constataçom de que por um lado a insurreiçom tem necessidade de um sonho de liberdade, que lhe forneça o oxigénio para se perseverar, e por outro a sua obra, necessariamente, deve ser totalmente destructiva para que se possa ter esperança de ultrapassar a extinçom e a enquistada. A insurreiçom é necessária para clarificar o caminho até à libertaçom individual e social; e estas som as vitaminas da utopia, as que forçam horizontes inesperados para escapar à prisom social. Ou seja, é a partir da confluência entre umha práctica de insurreiçom e as ideias de liberdade que pode surgir umha perspectiva revolucionária contemporânea.

O carácter destructivo da insurreiçom trata da destruiçom do edifício da prisom social na qual vivemos todos/as. Torna-se necessário estudar e analisar onde se encontram hoje os seus muros, guardas, torres de vigia, se se pretende atingi-los. A dominaçom moderna espalhou por toda a parte as estruturas que permitem a reproduçom da prisom social. Pense nas infraestruturas tecnológicas omnipresentes que nos anexam a todos/as ao papel de prisioneiro/a sem terem cadeias visíveis enquanto tal. Ou como a acumulaçom capitalista é direcionada basicamente para a circulaçom. Na Europa, em todo o caso, a exploraçom já nom se concentra nos grandes bastions, foi expandida e descentralizada envolvendo todos os aspectos da vida. As conexons entre estes aspectos som fornecidas através de caminhos, cabos, oleodutos, ferrovias, tubulaçons subterrâneas que representam as veias de dominaçom. Certamente nom seremos os/as últimos/as a chorar de alegria se revoltosos/as lançaram fogo em algum parlamento do mundo, mas as contribuiçons anarquistas à guerra social consistem, sem dúvida, na localizaçom e no ataque, mais precisamente como e onde a autoridade se alimenta e reproduz.

Mas a destruiçom nom é suficiente. O acto e o pensamento devem ir de máms dadas. Nom se pode esperar demolir os muros de umha prisom social se nom se tentou já olhar para além dos seus muros, para horizontes desconhecidos, mesmo que seja difícil. Nom podemos pensar livremente à sombra de umha igreja. Isso é exacto. Mas a igreja nom é apenas um edifício, é umha materializaçom das relaçons sociais e das ideologias dominantes. E é no desejo daquilo que essas relaçons e ideologias nom oferecem, daquilo que erradiquem da imaginaçom, daquilo que suprimam na sua possibilidade, que voltaremos a reencontrar-nos navalha em punho contra o existente. Nom temos necessidade de um programa mais para planejar a transformaçom do mundo, de experiências alternativas que iriam semear os grans da anarquia de amanhã. Nom! O que nos faz falta é a projeçom de nós mesmos, num ambiente completamente outro de sonhos. Somente se deixarmos para trás o realismo que reindivica umha nova camada de tinta para as nossas células, caminhadas mais longas, suplemento de actividades... podemos esperar reaprender a sonhar, a colocar palavras nos nossos desejos, essas indispensáveis palavras para expressar e comunicar umha perspectiva revolucionária. O mundo deixa entrever o que pode ser feito, nós devemos realizar o que nom pode ser feito. Refazer, face ao que nos rodeia, a partir da tensom ética anarquista, a ponta de lança do nosso combate pela liberdade. Nom permitir que a anti-autoridade seja degenerada em postura política, mas fazê-la gravar a fogo como algo que nos anima a cada dia, algo que nos torna bêbados de desejos e incontroláveis tanto nos pensamentos como em actos. Continuar a partir do indivíduo até à individualidade autónoma capaz de reflectir, de sonhar e de agir, por todo o lado e sempre, tanto nos momentos de agitaçom social como nos de reaçom sangrenta, contra os ventos e marés do conformismo e das avaliaçons estratégicas. O coraçom de um tal anarquismo impetuoso é também o cerne de futuras perspectivas revolucionárias.

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Ninguém duvida já. O Estado também nom. A Copa do Mundo no Brasil nom vai acontecer sem tumultos, tantos quanto os projectos de limpeza social no país da Amazónia sejam confrontados com umha resistência inesperada, que nom se deixará facilmente desarmar. O governo brasileiro permitiu-se anunciar que mobilizará 160.000 polícias e militares, para manter a ordem na grande missa, reforçada por algumhas dezenas de milhares de agentes de segurança privada, neste momento em formaçom por todo o mundo. Todos os Estados sublinham a sua propaganda para a respectiva equipa nacional e preparam a entrada massiva de turistas e de divisas estrangeiras, a outra versom da guerra capitalista. Eles preparam-nos umha homenagem planetária ao Poder e ao esmagamento da revolta.

A Copa do Mundo materializa-se sobre umha quantidade de aspectos que som outras tantas pistas possíveis de ataques. Nos bairros das metrópoles brasileiras, assume a forma de umha depuraçom urbanística e militar realizada por empresas de construçom internacionais, escritórios de arquitectura de toda a parte e mastodontes da tecnologia. Os emblemas nacionais inundarám as ruas, os patrocinadores comerciais bombardearám o planeta inteiro com publicidade, as mídia assegurarám as emissons em directo do espectáculo da alienaçom. Boxes de segurança e escritórios de consultadoria amontoam-se junto ao portom das autoridades com os modelos modernos de combate anti-insurreiçom nas necrópoles, enquanto umha tela de malhas apertadas de tecnologias de comunicaçom permite um tipo de controle diverso. A maquinaria da Copa do Mundo compõe-se de inumeráveis roldanas que estám intimamente ligadas e interdependentes: a cada um/ha cabe estudar, em todo o mundo, quais as roldanas susceptíveis de perturbar e de paralizar a maquinaria.

«Nom vai ter Copa». Muitos rebeldes no Brasil se preparam para transformar a Copa do Mundo em um pesadelo para o Estado e um farol de insurreiçom para os amantes da liberdade. Esta tocha nom deve queimar só no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, deve-se aproveitar a oportunidade para iluminar em todo o lado as trevas da dominaçom.

Contra a grande missa da autoridade.

Pelo ataque internacionalista e pela insurreiçom
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3 comentarios:

  1. Porque não indicam a fonte?
    É CONTRA IN FO!
    http://pt.contrainfo.espiv.net/2014/06/05/brasil-noites-brancas-e-ceus-estrelados/

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    1. Acaso xs anarquistas tenhem copyright????

      Fodamse!!!!

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