19 ago 2014

[Reino Unido] Entrevista Stuart Christie, o jovem anarquista britânico de 18 anos que quigera assassinar Franco

Em 1964 um jovem anarquista, Stuart Christie, foi preso em Madrid por participar dum plano para assassinar o general Francisco Franco e por fim a quase três décadas de regime militar. Meio século depois Christie relatou a Mike Lanchin, do programa Witness, "Testemunhos", da BBC, por quê acabou participando no complô que mudou sua vida. Aclarar que Christie declara que "ainda sou anarquista"(informaçom facilitada pela ANA):

Stuart Christie, de 18 anos, chegara à capital espanhola com umha mochila cheia de explosivos, procedente de London. Digeram-lhe que devia ir às oficinas da American Express para receber instruçons.

"Cheguei em Madri, fui tomar um café na “Puerta del Sol”, e logo caminhei para as oficinas da American Express. Quando entrei vi ao menos quatro ou cinco homens com óculos escuros e lembro que pensei que devia ter cuidado", recorda Christie.

"Fui à oficina e apresentei meu passaporte à moça no balcom e quando ia pegar o documento, foi detida pelos seus superiores que interceptaram a carta com instruçons. Nesse momento soube que caera numha trampa".

Christie saiu à rua e tentou fugir. "De repente eu me vi contra umha parede e algemado. Disse: 'sou um cidadám britânico, sou turista', mas eles responderam 'és um terrorista e virá conosco'. A boca secou, toda a saliva desapareceu e me senti com um papagaio em umha jaula”.

"Tínhamos entre 16 e 22 anos"


Como Christie havia chegado a participar no plano?

Meses antes, em London, o jovem entrara em contacto com membros dum grupo clandestino de anarquistas, formado por exilados espanhois que se opunham implacavelmente a Franco.

"Havia muita camaradagem no grupo. Discutíamos sobre política, bebíamos, cantávamos, como se pode esperar de jovens. Todos tínhamos entre 16 e 22 anos".

Os exilados seguiam ávidamente os eventos no território espanhol, onde o regime respondia com crescente repressom a seus opositores.

"Me pediram que fosse à casa dum dos membros do grupo. Ali fomos a um quarto na parte traseira da casa e me disseram: 'algo sucede, estarias disposto a viajar no final do mês?'".

"Nom perguntei que devia fazer especificamente, mas sabia que seria algum trabalho de mensageiro. Supus que se trataria de armas ou explosivos. Me senti entusiasmado de passar à acçom finalmente, em lugar de simplesmente esperar".


Christie disse a seus amigos que ia trabalhar em vinhas no sul da França durante o verão e viajou de London a Paris. Ali um contato lhe deu vários pacotes com explosivos e afirmou que devia entregá-los a um indivíduo na Espanha.

"Me disse que quando encontrasse o contacto na Espanha devia usar um lenço como se tivesse umha atadura na mão. Alguém se aproximaria para dizer-me 'como está, dói?".

"Eu deveria dizer 'não dói'. E se me falassem deveria responder 'sou alemám', entregar os pacotes e regressar à França".


"Banhado em suor"

Antes de chegar a Espanha Christie decidiu tirar os explosivos de sua mochila e escondê-los. Prendeu-os em seu corpo com fita adesiva e em pleno verão colocou por cima um suéter grosso de lã que lhe tecira sua avó.

"Estava banhado em suor e além disso o carro parou várias vezes, por isso tive que descer e empurrá-lo. Com o suor a fita adesiva afrouxou e eu sentia como os explosivos me deslizavam. Havia agentes de trânsito na rua e temi que o pacote acabasse nos pés de um polícia e me descobrissem".

Nom foram os explosivos os que delataram Christie. A polícia secreta de Franco se infiltrara nos grupos de exilados em Paris e London e sabiam do complô.

"Após me prenderem, levaram o carro para a sede do organismo de segurança. Começaram a interrogar-me e nom encontraram nada ao princípio, mas quando inspecionaram meu saco de dormir viram os explosivos. Sabiam exactamente o quê buscavam e ademais já tinham a carta com instruçons em seu poder".

"Ainda sou anarquista"

Christie foi declarado culpado de terrorismo e condenado a 20 anos de prisom, mas foi liberado após três anos e meio, em setembro de 1967.

Vive no sul da Inglaterra, onde tem umha imprensa e ainda participa em política.

Quê sente 50 anos depois?

"Ainda sou um anarquista e nom vejo como isto possa mudar no futuro. No mais, o tempo que passei na prisom fortaleceram e consolidaram minhas ideias".

"Minha avó me disse, nom podes ir pela vida sendo um espectador, deves ser responsável por tuas acçons. Esse sentido de responsabilidade foi o que me levou a envolver-me na resistência antifranquista".

"Senti que nom tinha alternativa"
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Fonte: BBC (acá em castelám)

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