8 may 2014

[Espanha] Os perigos do fascismo “operário” - Umha análise do colectivo "La Bandera Negra" de Ynestrillas e CIA

Colamos esta traduçom do artículo publicado no jornal electrónico de Móstoles (Madrid) "Voces de Pradillo":

O 22 de Março, no marco das Marchas da Dignidade, contou com a presença de um grupo fascista que nom foi a tempo identificado e rechaçado do protesto. Há poucos meses, foi distribuído pela internet um manifesto do grupo “La Bandera Negra”, no qual se chamava à criaçom dumha república, a defesa dos trabalhadores, a organizaçom assembleária e a autogestom. Mas quem e qual política defende realmente este grupo?

Como em múltiplas ocasions anteriores, em momentos de grande depressom econômica e social, o fascismo tenta enraizar sua mensagem racista e populista mediante sua introduçom nas plataformas de luta coletiva, como associaçons estudantis ou de bairro, em protestos populares ou inclusive em centros sociais. Para ele nom há problema em se mascarar com nomes famosos, como o caso do grupo “La Bandera Negra”, que toma seu nome do antigo Grupo "Bandera Negra" das "Juventudes Libertárias". No entanto, detrás de suas falsas palavras e declaraçons “trabalhistas” está a criaçom e promoçom direta por parte do líder ultradireitista Ricardo Sáenz de Ynestrillas. Fundador de diversas organizaçons fascistas, Ynestrillas gestou também este grupo que se reclama “autogestionário” e “revolucionário”, e divulga seus comunicados em seu blog pessoal. Este insigne fascista e criminoso se une à linha daqueles que desejam romper com a imagem militarista e agressiva a que se lhes associa.

Copiando a estratégia do partido Aurora Dourada na Grécia, a "Alianza Nacional" criou um banco de alimentos e também o grupo “La Bandera Negra” disse estar repartindo comida entre os indigentes do centro de Madrid. Igualmente, aderem ao movimento antirepressivo e asseguram ter dois detidos como consequência das actuaçons policiais do 22 de Março (22M), cuja representaçom legal está a cargo do próprio líder fascista. Mas Ynestrillas nom se tornou um activista social de esquerda, senom que retoma esta corrente de José Antonio Primo de Rivera que reclamava um falangismo “operário” e critico à burguesia. Este giro ao contrário nom é novo, pois o próprio Benito Mussolini provinha do Partido Socialista Italiano e utilizou os discursos de conteúdo social para consolidar um regime autoritário de brutal repressom interna. O líder do fascismo britânico e amigo de Adolf Hitler, Oewald Mosley, também procedia do Partido Trabalhador e explicava esta estratégia baseada na necessidade de criar “um veículo do fascismo para a luta dos desempregados”. Entom como hoje, o lobo se disfarça de cordeiro.

Em sua propaganda, o grupo “La Bandera Negra” oferece enlaces com organizaçons europeias de similar corte, grupos da Itália, Alemanha ou Inglaterra que compartem com as ideias de umha Europa nacionalista, que imponha cotas de imigraçom e acelere as deportaçons. Debaixo de seu palavrório ambíguo que apela à rebeliom social dos trabalhadores, estes grupos nom proponhem tocar em nengum dos privilégios da classe dominante a que defendem. Seu ideário e difusom de textos formativos na internet estám baseados em personagens como Ramiro Ledesma, fundador e ideólogo do nacional sindicalismo falangista; Ernst Jünger, um obscuro intelectual de direita alemám que manteve uma relaçom de amor-ódio com o governo nazi; ou Leon Degrelle, fascista francês protegido e asilado por Franco na Espanha, e que foi inspirador dos nazis espanhóis.

Outro exemplo similar é o de "Respuesta Estudiantil", um grupo universitário que diz lutar pelos direitos educativos, mas que é um instrumento de captaçom de jovens para as organizaçons ultradireitistas. No passado 5 de Abril, Respuesta Estudiantil realizou umha manifestaçom em Toledo com a presença de delegaçons de outras partes de Castilla, com assistência de membros da Alianza Nacional. De fato, é casual que o logotipo da associaçom estudantil seja quase idêntico ao de Baluarte, grupo de bandidos do partido fascista.

Exemplos recentes como o do Aurora Dourada na Grécia, ratificam que o fascismo avança quando nom se o combate. Tentaram preencher as fissuras do sistema capitalista e cobrir os espaços que deixam livres os movimentos sociais emergentes desde o início da crise-estafa. Enquanto o grupo “La Bandera Negra” e "Respuesta Estudiantil" se infiltram em manifestaçons e assembleias contra os cortes na educaçom, a velha guarda fascista aglutina forças e busca as ferramentas para expandir na populaçom suas políticas xenófobas, homofóbicas, racistas e autoritárias. No ano passado, La Falange, Nudo Patriota Español, Alianza Nacional e Movimiento Católico Español fundaram "La España en Marcha", um pacto que selaram com a acçom conjunta de assalto à livraria La Blanquema durante os atos de comemoraçom da Diada em Madri. Até agora o trato policial e judicial com os agressores parecer ser estranho, em contraste com os espancamentos, montagens e petiçons desmesuradas de sançom que sofrem os activistas sociais de esquerda. Seu advogado é o presidente e fundador da Alianza Nacional, Pedro Pablo Peña, que nom tem escrúpulos em defender a violência fascista desde o estúdio de TV da infame Intereconomia.

Por outro lado, Democracia Nacional, que em princípio pertencia à coalizom antes mencionada, está preparando sua aliança estratégica com o partido Soluciona, provavelmente com vistas a sua apresentaçom nas eleiçons europeias.

O fascismo de corte “operário” é um perigo latente que nom deveria ser ignorado quanto a sua associaçom com os elementos mais abertamente nazis. Suas raízes de totalitarismo opressor som ocultadas com vernizes de cooperaçom social e interesse pelos desfavorecidos. O falangismo de Primo de Rivera, igual ao manifesto fundador do grupo “La Bandera Negra”, considerava aos cidadáns competentes para falar sobre as tarefas administrativas e municipais, e era critico com o parlamentarismo, com a intençom de transcender a clássica divisom entre esquerdas e direitas. Mas é preciso recordar que tinha como intençom impor umha sociedade totalitária, onde as maiorias nom pudessem questionar os “valores eternos” da “naçom imperial”, pois considerava à gente inculta para decidir sobre o destino da dita naçom. A harmonia a imporia um chefe “que nom obedece ao povo, que deve servi-lo, pois é outra coisa bem distinta; servi-lo é ordenar o exercício do mando para o bem do povo, procurando o bem do povo regido, ainda que o mesmo povo desconheça qual é o seu bem”.

O primeiro passo para combater este flagelo é abrir bem os olhos em cada um dos espaços sociais que se tem criado como resposta às políticas de austeridade, nas plataformas, nas assembleias, nos centros sociais. É imprescindível estar alerta nestes tempos de carnaval em que os nazis se disfarçam de democratas e os fascistas de activistas pela mudança social.

Vozes de Pradillo

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