12 nov 2013

Rússia, Georgia, Grécia, Irlanda: Porque me figem anarquista

Colamos esta interesante reflexom de Nephele, anarquista de 26 anos com um periplo vital desde o seu berce em Siberia até recadar agora em Irlanda, e que colamos (e traducimos) de Contra Info

Como no caso da maioria dos meus companheiros e das mimhas companheiras nom acordei de pronto para descobrir que som Anarquista. Foi mais bem um processo gradual que começara com a determinaçom de combater o razismo, desafiar o patriarcado e duvidar da existência dum velho onipresente de barba branca.

Nascim em 1987 de nai russa e pai georgiano na Sibéria durante os últimos anos da URSS e me passei a meirande parte da minha infância viajando de acá para lá entre Rússia e Georgia, cambeando a diferentes cidades, escolas e conhecendo gente teimada em demonstrar-me quanto melhor era Georgia como naçom em comparança com Rússia e viceversa. O que mais me afectou para adouitar a minha ideologia foi a decissom da minha família de mudar-nos a Grécia donde conhecim muita gente interesante e, durante os últimos anos de escola, começei a lêr, junto a amigxs, livros sobre ateismo, feminismo e anarquia.

As razons polas que me considero anarquista, tenhem a ver com que crio que cada ser humano sem importar a sua étnia, género, cor, religión, etc., deveria poder desfrutar dos direitos em qualquer parte do mundo; algo que oviamente nom é o caso neste momento e nunca o será a menos que se faga algo para muda-lo. E a razom pola que nom considero que Comunismo de Estado seja um sistema político polo que vaga a pena luitar é, além do feito de que qualquer forma de jerarquia é inaceptável para mim (especialmente a que deixa absolutamente sem opçons de expressar qualquer pensamento diferente que rete o funcionamento com que funciona a sociedade), é o feito de que numha sociedade comunista na que vivirom os meus pais, ainda quando elxs tinham as mesmas responsabilidades em quanto ás horas e condiçons laborais se refire, o meu pai desfrutou de muita mais liberdade na sua vida diária que a minha nai.

Além, como migrante na Grécia, um pais com muitxs migrantes e muitos mais problemas, tivem que aprender afazer-me a ser o/a “outrx” quem sempre é um branco fácil ao que o Estado pode culpabilizar de tudo, tanto seja dum partido político de esquerda ou de direita, ao igual que os meios de comunicaçom de massas que sempre intentarám todo quanto poidam para enfatizar que a nacionalidade de qualquer ladrom/a nom é a grega. Nesta sociedade, tivem muitíssima sorte de conhecer pessoas para as que categorizar a seres humanos segundo a sua raza, entroutras cosas, é inaceptável e, entanto ajudávamos a migrantes a aprender grego na nossa escola de idiomas para migrantes com o nome simbólico de “Odiseo”, nos mesmxs aprendimos dxs nossxs estudantes e xs umhas dxs outrxs o pouco que importa e o superficiais que som estas categorizaçons.

Levo os meus dous últimos anos vivindo em Irlanda donde, além do razismo e os problemas de classes, para muita gente, a vida dumha mulher tem menos valor que a dum feto. Algo que, junto a outros problemas mais ou menos importantes que presenço a cotio, fai-me estar mais segurx de que a única forma na que as pessoas poidam viver num mundo mais justo é solidarizar-nos xs umhxs com xs outrxs e luitar polos direitos de todxs, afectem-nos ou nom.

Nephele (outono de 2013)

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