Colamos do blogue "PuxaPalavra" este "retranqueiro" e acertado artículo assinado por Raimundo Narciso sobre a preparaçom da guerra contra Siria:
É certo que já em Maio passado, a ex-Procuradora do Tribunal Penal Internacional e membro da comissom de inquérito da ONU sobre as violaçons dos Direitos Humanos na Síria, Carla del Ponte dissera, numha entrevista à Rádio Suíça italiana que: "De acordo com as provas que recolhemos, os rebeldes utilizaram armas químicas, fazendo uso do gás sarin"
Estava anunciado há muito que, se o regime sírio usasse armas químicas contra os rebeldes, os EUA nom tinham outro remédio senom intervir militarmente, derrubar, o actual governo, em defesa dos da liberdade e da democracia.
O governo de Damasco, sabendo isto, e estando desde há meses na mó de cima na luta contra os insurgentes sírios, decidiu por razons de estupidez, atacar um bairro dos arredores da capital com gás sarin e assassinar indiscriminadamente 1300 civis, incluído muitas crianças que a imprensa, TVs e Internetes de todo o mundo mostraram revoltando contra Damasco a humanidade (que lê ou vê estas notícias) que em uníssono nom só apoia como exige aos EUA e à UE o derrube de Bashar Al-Assad que sem o parecer é afinal um Sadan Hussein.
Veio mesmo a calhar porque a decisom de intervir já estava em preparaçom mas era necessário ter o apoio da massa ignara que dá os votos de vez em quando.
Talvez, talvez, talvez, que daqui por uns anos, quando a administraçom norte-americana, vencidos os prazos, abrir à consulta a sua documentaçom secreta, lá venha a informaçom que hoje nos escapa: os serviços secretos israelitas, a pedido da CIA, forneceram a umha célula da Al Qaeda X doses de gás sarin para ajudar os nossos amigos, democratas e amantes da liberdade, a verem-se livres do horrível ditador Bashar Al-Assad eliminando uns 1300 desgraçados, nos arredores de Damasco. Infelizmente havia muitas crianças mas paciência. Ou tanto melhor, dado que umha muito bem conseguida campanha de informaçom atribuiu a responsabilidade do crime ao presidente da Síria.
Talvez. Talvez. Nom é que o campo oposto nom fosse capaz de um crime daquele jaez mas os ideais do imperialismo apenas se medem em dólares ou euros, petróleo ou outras riquezas naturais. É claro que já nom vivemos tempos tam propícios aos mandantes e poderosos como aqueles em que aniquilaram milhons de seres humanos para lhes roubarem tudo, como sucedeu, por exemplo, na conquista das Américas, ao ponto de povos e civilizaçons inteiras terem sido destruidos na totalidade. Depois a ”nobreza do dinheiro” teve de se ir conformando com as conquistas da plebe, consequência de grandes e vitoriosas lutas do “terceiro estado” e tem de lidar com essa chatice das eleiçons e dos votos. Mas conseguiram, controlando a educaçom, a comunicaçom social, corrompendo, mentindo, falsificando, por vezes de forma tam monstruosa que ninguém de boa consciência pode sequer admitir que se trate de falsidades.
Na realidade nom sei quem cometeu o crime monstruoso nos arredores de Damasco. É certo que já em Maio passado, a ex-Procuradora do Tribunal Penal Internacional e membro da comissom de inquérito da ONU sobre as violaçons dos Direitos Humanos na Síria, Carla del Ponte dissera, numha entrevista à Rádio Suíça italiana que: "De acordo com as provas que recolhemos, os rebeldes utilizaram armas químicas, fazendo uso do gás sarin" [Ver cá]. Mas se ele só aproveitaria a quem quer a intervençom militar, admitindo que Damasco nom é um manicómio, tudo parece apontar para umha operaçom montada para justificar a intervençom armada na Síria. Mas seriam as potências ocidentais, cristãs, democratas, paladinas da defesa dos direitos humanos, capazes de umha monstruosidade destas, numha atitude de os fins justificam todos os meios?
O que se passou com o Iraque, as provas forjadas, ou apenas enunciadas das armas nucleares que o Iraque tinha, provas tam evidentes que até Durão Barroso as viu nas mans de W. Bush deixa qualquer pessoa no seu juízo de pé atrás com as políticas dos imperialistas.
Afinal o truque se é que esta chacina é de facto umha armadilha, é velho. Em 1939 Hitler vestiu umha fardas polacas a militares alemáns despejou-os do outro lado da fronteira, na Polónia, eles dispararam uns tiros para o lado de cá, contra a pátria sagrada dos nazis e Hitler cheio de razom e apoiado por muitos alemáns, justamente indignados com o traiçoeiro ataque dos polacos, invadiu a Polónia e foi por aí fora acabando a suicidar-se 6 anos e 50 milhons de mortos depois, no Reichstag. Já antes Hitler tinha mandado incendiar o Reischtag (o Parlamento) para acusar do crime os comunistas alemáns e assim, com a moral do seu lado, ilegalizar o PC alemám e de caminho os socialistas.
Os EUA também necessitaram de umha justificaçom moral, um ataque do Vietnam do Norte, para iniciar a sua invasom e a primeira guerra em que foram derrotados, mas depois de milhons de mortos e um país destruído. Foi em 1964 uns tiros disparados contra navios de guerra norte-americanos junto à costa norte-vietnamita, que logo ali ficou provado ser de canhons do Vietnam do Norte “obrigaram” os Estados Unidos a invadir aquele país.
As guerras de rapina por vezes, no curto prazo, dam prejuízo financeiro. Mas é ao país! Os custos som pagos pelo contribuinte e os grandes, os gigantescos, os inimagináveis lucros som de quem investiu… na guerra.
Nom sei se a realidade da Síria é esta que aqui apresento. Mas nom me espantaria. Nom é nada que nom possa ser feito por quem apoiou a criaçom do exército taliban no Afeganistám, protetor e apoiante da Al Qaeda (parceria EUA/Arábia Saudita/Paquistám). Era para combater o regime meio comunista lá instalado, que deu liberdade a metade do país – as mulheres, que passaram a poder ir à escola, a poder andar na rua sem a trela de um homem, etc, mas era umha regime que só conseguiu o poder com o apoio da Uniom Soviética. Para o derrubar valia tudo. O pior foi a que a hidra virou-se contra o seu criador.
Petróleo, negócio de armas (que convém tirar aos russos possuidores do mercado da Síria), geoestratégia. Direitos humanos, petróleo, liberdade, negócio de armas, democracia, petróleo, petróleo, petróleo.
No hay comentarios:
Publicar un comentario