6 jun 2013

Um espelho no que se mirar: A "Minera La Alumbrera Limited" na Argentina

Colamos neste blogue este articulo de socióloga argentina Maristella Svampa em colabouraçom com o seu paisano e advogado ambientalista Enrique Viale publicado há já um tempo pero que é o melhor espelho no que podemos mirar-nos para ver o que nos aguarada em Corcoesto (e em toda Galiza) de nom se paralisar a construçom da megaminária a ceu aberto e todos os demais projectos planificados polo governo galego na sua teima de vender as nossas terras e matar as nossas augas. Esta é umha monstra clara do desprezo pola gente e a cumplicidade estúpida dos governantes que já nom se preocupam nem polo ridículo e além é um perfeito ejemplo para amosar que o que dim os promotores das minas (e os seus vozeiros nos "mass merdas") é umha falácia ao respeito da riqueza que aportam, pois como dim as articulistas: "alá por 1997, quando arrancou La Alumbrera, predominou a sensaçom de que, ainda quando as condiçons e concesons outorgadas às empresas mineiras eram excessivas, tratava-se da única alternativa para aproveitar tais riquezas como 'motor do desenvolvimento' provincial. No entanto, a história demonstrou que a mina nom melhorou nem um ápice os niveis de indigência, pobreza e exclusom social dos catamarquenhos. Tudo ao contrário".

Colamos de seguido e à ìntegra o artículo que copiamos e traduzimos de "No a la mina" de Esquel, só apontar previamente que o artículo é também umha áceda crítica ao deputado Gerónimo Vargas Ainasse da "Frente para la Victoria" kirchnerista (o que ven a ser a esquerda parlamentar argentina e onde há desde comunistas a justicialistas, algo "similar" ao PSOE e IU juntos, por aquilo de que fique claro que os oportunistas que se sumam agora aos protestos na Galiza som "coleguis" dos mesmos que na Argentina vendem as terras e matam as augas), pois bem o tal deputado está investigado por presunto contrabando e tem sido reiteradamente escrachado por impulsar medidas impopulares.

"A triste imaginaçom e o deplorável intelecto de Gerónimo Vargas Aignasse".

Até nom há muito, se lhes pedia umha ambulância, computadoras ou que pintaram umha escola. As mineiras, gostosas, e a jeito de espelhinhos de cores, entregavam estas e outras dádivas nas localidades cercanas às suas mega emprendimentos, num contexto de Estados cúmplices, retirados ou ausentes. Pero agora resulta mais doado, mais económico, mais ignominioso ainda: basta com que juntem as sobras de cada comida...

Foi ideia do deputado nacional do "Frente para la Victoria" Gerónimo Vargas Aignasse, de Tucumán, quem apresentou um projecto de declaraçom para que o congresso da naçom expresse "que veria com agrado que o almento sobranceiro diário de Minera Alumbrera Limited fosse entregado em forma de donaçom ao Municipio de Andalgalá e Amaicha del Valle, escolas, comedores escolares e sociedades de beneficência de meninhos carenciados de Catamarca e Tucumán".

A entrega de sobras a escolares e carenciados, será o famoso "efecto derrame" que os paladins da megaminaria invocam para defender a actividade? Ou será umha expressom novidosa do clientelismo empresarial, que muitos pretendem desfarçar tra-lo pomposo e vácuo conceito de "responsabilidade social empresarial? Pero, acaso nom era que a minaria ia ser um motor de desenvolvimento provincial?

Como afirma Horacio Machado, professor da "Universidad Nacional de Catamarca", lá por 1997, quando arrincou La Alumbrera, "predominou a sensaçom de que, ainda quando as condiçons e concesons outorgadas às empresas mineiras eram excessivas, tratava-se da única alternativa para aproveitar tais riquezas como 'motor do desenvolvimento' provincial. No entanto, a história demonstrou que a mina nom melhorou nem um ápice os niveis de indigência, pobreza e exclusom social dos catamarquenhos. Tudo ao contrário"

La Alumbrera, como caso testemunho, mostrou os límites dum modelo de desenvolvimento associado ao enclave de exportaçom. Com os anos, à par que forom caendo os índices industriais e da construçom, os niveis de pobreza dos catamarquenhos continúam a ser moi altos e a taxa de desocupaçom medrou de maniera vissível. Cara 2006, só em Andalgalá, ascendia a mais do 25 por cento.

Por outra parte, como inhorar que os gravosos efeitos ambientais que vem produzindo La Alumbrera continuem sendo objecto de numerosas denúncias por parte de cidadás e organizaçons socio-ambientais? Isto sem contar as sérias denúncias judiciais e parlamentárias sobre os valiosos metais exportados, como molibdeno e prata, que nom som declarados merced dos laxos ou nulos controis governamentais.

Ou acaso nom forom as reiteradas denúncias por contaminaçom ambiental as que, em 2007, conduziram a sançonar umha lei de proibiçom deste tipo de minaria, nada menos que na província de Tucumán, donde se atopa a sede administrativa de La Alumbrera, da que a própria "Universidad Nacional" é sócia e de donde é oriundo o nosso imaginativo deputado?

Fronte à original vissom assistencial que nos prodiga o deputado oficialista, podemos perguntar-nos: porqué nom buscou ampliar o seu projecto de declaraçom para incluir que o Congresso Nacional "veria com agrado" que a empresa nom contamine a conca do Salí-Dulce ou do rio Vis-Vis; que a mineira transnacional utilizara um pouco menos de auga, dado que dilapida numha regiom árida 100 milhons de litros cada dia? Tudo isto nom acontece porque o governo nacional nom só nom está interesado em trazer à agenda pública istos temas, senom que ademais é responsável da profundizaçom do actual modelo mineiro.

O pedido do deputado ao Congresso Nacional aparece assim como a metáfora perfeita do que sinifica a minaria a grande escala no nosso pais: pobreza, desigualdade, neocolonialismo e umha vergonhenta subordinaçom social, económica e política às empresas transnacionais.

eDu

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