27 abr 2012

Sementando para o 1º de Maio .- Os sindicatos molam.

1ª Situaçom.- Umha das filiadas mais activas na secçom sindical, sempre disposta a expandir as directrices da direçom do sindicato, vem de sofrer um abuso laboral numha cadeia de supermercados, tem problemas relaçonais com o seu superior mediato e pretendem finiquitar o seu contrato sem a “recompensa legal devida”.

De seguido o sindicato move-se, fam porta na tenda repartindo octavilhas e fazendo ruido para amolar o empresário e assustar à sua possivel clientela. O empresário fai cálculos e chega a lógica conclussom de que é-lhe melhor pagar o legal (a fim de contas é umha misséria) que ter que aturar a essxs pesadxs na porta do seu estabelecemento. Nom som bo marketin e assustam à clientela !! . Às vezes, por orgulho, no início dos protestos ao empresário da-lhe por inhora-los, porque nom entende que a tomem só com ele e nom com as demais cadeias de supermercados (que ao igual que ele tratam às suas trabalhadoras como escravas), mesmo pensa que el é melhor que outros empresários e maldita foi a hora que contratou a essa pessoa, se chega a saber que estava filiada a esse sindicato nom a teria contratada!!, mas ao cabo de ter que aturar vários dias essa situaçom decide pagar e dar-lhe vento a essa operária.

A filiada percebe a sua pecúnia legal e marcha contenta desse trabalho. O sindicalismo combativo funciona !!. Tanto tem que o resto de operárias da empresa segam a sofrer abusos laborais, mesmo que todas as empresas do ramo tenham atitudes escravistas para com as suas empregadas, tanto tem que o superior (e todos os superiores de todas as tendas de todas as cadeias de supermercados) mantenha a sua posiçom abusiva sobre elas, em tudo caso nom é problema do sindicato, estoutras operárias nom som das suas filiadas. Nom som “Umha das Nossas”.

2ª Situaçom.- O Comité de Empresa dumha grande empresa encara as negociaçons dum novo Convénio (sempre enquadrado nos límites legais estabelecidos polo governo de quenda), a suba salarial da-se por impossível, mas cabe negociar que uns quantos postos de trabalho subam de categoria laboral. Depois de sucessivas negociaçons com a empresa, nas que se prantejam as demandas laborais pautadas e pactadas nas respectivas secçons sindicais e entre os diferentes sindicatos com representaçom no comité de empresa, este convoca umha assembleia para dar conta dos “maravilhosos acordos” ao que chegarom com a Gerência da empresa: Nom é possível umha melhora salarial para todas, vivemos em tempos de crise e nom há quartos, mas entroutras “conquistas” vam subir de grupo sem oposiçom nem cursinho formativo a toda umha categoria laboral !! (bom só som 13 pessoas dumha plantilha de 1600, e por efeito “curioso” essas 13 pessoas som filiadas activas, algumha mesmo é liberada sindical, dos diferentes sindicatos com representaçom), também acordam subi-las dietas de gasto dos membros do comité e outras chafalhadas; na assembleia os sucessivos representantes de cada um dos sindicatos afirma e sostem que, pese a unidade sindical, a dificultade da negociaçom radica na legislaçom favorável à empresa e que quanto conseguirom foi o froito dumha laboriosa e dura negociaçom e pedem o apaluso das presentes. O sindicalismo pactista funciona !! . Tanto tem que a maioria das trabalhadoras nom academ nengumha melhora laboral, é mais a maioria verám mermado a sua capacidade adquisitiva e/ou aforrativa (os impostos e o nível de vida subem como a escuma), tanto da que case toda a plantilha vira marginada ou anulada a sua capacidade de opiniom ao respeito da negociaçom ao apresentar o Comité de Empresa como algo inamobível os acordos já pautados e pactados. Em todo caso todos os sindicatos com representaçom tenhem filiadas favorecidas e as filiadas activas que nom sacam talhada desta, já terám o seu momento nas vindouras (ou já o tiveram nas precedentes), som os benefícios de ser “Umha das Nossas”. Se tu queres melhorar, já sabes: afilia-te!!

3ª Situaçom.- A crise capitalista deriva em que na empresa de electrodomésticos na que levas 20 anos trabalhando, supostamente deixou de perceber durante os últimos 6 meses as quantiosas ganhâncias às que estava acostumada a declarar. A realidade é que o empresário tirou da “Contabilidade Criativa”, que nom som contáveis pintando quadros nem bailando dança contemporánea, senom o que, em lenguagem comum, chama-se fraude, isso sim, com ingénio, e ao igual que os magos fam desaparecer coelhos da chisteira, os contáveis criativos podem fazer desaparecer benefícios, converter ganhâncias em perdas, justificar assim despidos injustificáveis e depois, com uns passes de ilusionista, fazer reaparecer esses benefícios multiplicados várias vezes. Em definitiva tem todas as da lei para prantejar um ERE (dizia Galeano no seu livro “Patas Arriba. A Escola do Mundo do Revés” ao respeito da linguagem, que o “Capitalismo” luze o nome artístico de “Economia de Mercado” e o “Imperialismo” chama-se “Globalizaçom”, e eu engado que ao “Despido Colectivo” chamam-lhe “Expediente de Regulaçom de Emprego” ou com o, ainda mais insignificativo, acrónimo ERE). A negociaçom com os sindicatos leva a que parte da plantilha (a que tem mais antiguidade e que cobra pelo tanto mais) tem que marchar para casa com a devida compensaçom económica. Os sindicatos pressionam a estes trabalhadores para que acedam a marchar como algo inevitável para poder manter a empresa a flote, desse ERE salvam-se os 3 membros do Comité de Empresa, cada um de diferente sindicato, que, se bem levam na empresa mais anos que algumha das despedidas, aproveitam a circunstância de que a lei determina que, em caso de despido, os membros do Comité tenhem prioridade de permanência na empresa respeito dos demais trabalhadores. O sindicalismo vendido funciona !!. Tanto tem que o ERE seja umha jogada ilusionista, os 3 sindicalistas já zafaram e agora os despedidos serám substituidos por trabalhadores dumha ETT com piores condiçons laborais que permitirám a empresa seguir obtendo quantiosos benefícios.

Poderia seguir dando situaçons nas que, como venho de demonstrar, o sindicalismo funciona, assim que nom venhades com qualificativos denigrantes para a gente que se move entre negociaçons e protestos pontoais e se tu queres ter boas expectativas no teu trabalho escravo, só tês que renunciar a um quanto de dignidade, afiliar-te, assistir as reunions da secçom sindical, mesmo animar-te a apresentar-te a delegado sindical e assim verás como recebes prebendas até do teu inimigo. Para que depois digam que o sindicalismo nom vale para nada!!

Edu

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