Se matam entre elas e a culpa é nossa

"Fuera de la democracia solo hay anarquía"
Jorge Fernández Díaz, ministro do Intérior

Antontem num programa da tele, umha jornalista dum massmerda reflectia a sua incredulidade pelo assassinato da presidenta da deputaçom de León, fazendo ver que nom lhe encaixava no seu puzzle o feito de que a/s presunta/s assassina/s fossem militantes do PP e ademais esposa e/ou filha dum inspector jefe da polícia nacional. Para ela seria perfeitamente encaixável que o assassinato vinhera da ETA ou dumha escissom desta (Resistência Galega já deixou de existir para os medias espanhois e nom se têm na conta nem por estas).

É claro que a sua escala de valores humanos, diverge mui muito da minha. Eu sim compreendo o assassinato, visto desde a perspectiva de que quem, supostamente, o cometeu: a assassina tinha os meios ao seu alcance (a possessom de armas é algo que é alheio á maioria da povoaçom), os possiveis motivos entram perfeitamente na lógica de quem é primeiro arropada pela elite e depois afastada por umha déspota que nom atende a razons (a filha fora enchufada como ingenieira e depois botada á rua polas malas, mesmo com umha demanda contra ela que poderia arruinar a sua carreira profissonal); mesmo um falsimedio leonês aponta a que a filha, Montserrat Triana, odiava a Isabel Carrasco desde o momento do despido e além que a nai, nom via nada bem que o seu home tivera umha estreita relaçom persoal com Carrasco, e apontam: “Demasiado estreita, dim no PP”. Outro ponto ao seu favor para poder cometer o crime é que tinham facilidade de achegamento ao objectivo sem levantar suspeitas. O raro, na realidade, é que, dado que tudos os indícios e as testemunhas apontam a esta realidade, ainda haxa quem diga que nom da creto a esta vendetta. É como que assassinar nom é algo que encaixe com a “gente bem”. Mas, como dizia, na minha escala de valores o assassinato por parte da “gente bem” está a orde do dia, é moi comum, se bem os mass merdas os soem disfraçar de accidentes, de suícidios, ou de actos de defessa fronte a inumanos e agressivos migrantes sem nome nem nobre linhagem.

Mas a hipocrasia dxs militantes dos partidos políticos e dxs jornalistas dos mass merdas acada cotas inimagináveis. Semelharia que eles e elas nunca desexaram a morte de ninguém, quando todas sabemos que isso é mentira, por ponher só um ejemplo do que há constância vissível: na página 14 de El Mundo de 11 de juño de 2013 aparecia umha entrevista con Mari Mar Blanco, irmá de Miguel Ángel, militante do PP e presidenta da Fundación Víctimas del Terrorismo, com éste sonoro cabeçalho: "Deseo la muerte de Bolinaga"*.

Mesmo a cotio, há vozes de jornalistos e políticos da coaligaçom PSOE-PP que agredem com as suas mensagens exigindo a implantaçom da pena de morte. Ou como já digem, exculpando aos membros das forças armadas do estado dos assassinatos premeditados de migrantes inocentes ou quando estes cometem “excessos” de força nas detençons de “sospeitosxs”. Ou quando miram para outro lado das torturas e vejaçons, muitas com resultado de morte, nos cárceres e outros centros de detençom, ainda que haxa montes de denúncias de ONG’s nada suspeitosas de anti-sistemas como AI. Ou quando pretendem fazer passar por “accidentes de trabalho” os assassinatos diários de trabalhadorxs, que em muitos casos som pessoas, sem nomes e apelidos de linagem, com contratos eventuais de merda, trabalhando em condiçons paupérrimas em subcontratas e mesmo em horários nocturnos, em grandes obras que sobrepassam escándalosamente os presupostos e que muitas despois acavam sem ter uso ou um uso deficiente que também causa muitas mortes, como no caso do Alvia na curva de Angrois de Compostela ou no do metro de Valência, nos que se aliam para culpabilizar os condutores e tratam de desvia-la atençom sobre os verdadeiros responsáveis.

Semelha que esta morte é obrigatório chora-la, nom cabe nem esboçar um assomo de sorriso. TodaEspañaUnaYNoCincuentaYUna tem que uniformar os seus pensamentos e quem faga qualquer comentário contra a linha oficial será objectivo do peso da lei. Volve-se com a teima de perseguir as pessoas que figeram ou fagam qualquer comentário nas redes sociais, que nom seja de dor e luto, por “apologia do delito”: Mesmo nom será raro o dia que pretendam proibir as tertúlias nos bares, ou mesmo os próprios bares; há quem sinala que acabarám implantándo-nos um chip para registrar os pensamentos que se saiam da norma oficial e assim que começes a desviar o teu da linha oficial receberás umha descárrega correctora de 10000 vóltios, mesmo há quem aponta que isso já existe ainda que nom está implantado em todas, porque senom nom se entende que haxa gente do povo que sega votando pelo PP-PSOE.

Hoje, depois de case 40 anos de democracia, vivemos numha escola de terror instalada desde a cúpula que nos malgoverna e desinforma, onde tuda pessoa que manifeste em público umha mínima dissidência com a oficialidade é susceptível de ser perseguida, encausada e mesmo engaiolada por nom concordar com a linha de pensamento obrigatório. A frase que abre este artículo saiu ontem da boca do ministro durante a festa na que celebravam os 170 anos da Garda Civil.

Que se ande com olho o Sabina, pois o seu tema “Adivina, adivinanza” do disco “La Mandrágora” de 1981, corre o risco de ser proibido e él mesmo procesado por alegrase da morte de Franco; e nom estou a exagerar, pois já quando as últimas detençons de 21 pessoas por mensagens nas redes sociais, umha delas fora detida por publicar um “chiste” sobre o assasinato de Carrero Blanco no ano 1973 com o texto “Yo quiero VOLAAAAAAAAR y VOLAAAAAAAAAAAAAAAR”.

Ao final haverá que dar-lhe a razom ao dictador Franco, assassino de miles de víctimas, quando digera antes de morrer; "Todo queda atado y bien atado"



eDu

* Nota.- Josu Uribetxeberria Bolinaga, militante de ETA condenado a 178 anos de cárcere posto em liberdade em 12 de setembro de 2012 pela Audiência Nacional por enfermidade terminal.