2 abr 2014

[Argentina] Repressom policial: Sabrina Sosa, perseguida por suas ideias libertárias

Damos pulo a esta informaçom facilitada pola Agência de Notícias Anarquistas-ANA, assinada por Rosario Fernández segundo fontes de agenciaparalalibertad:

“Nunca me bateram assim, com tanta impunidade”. Essas som as palavras de Sabrina, membro do Movimento Anarquista detida no dia 7 de março por uniformizados da 2ª Delegacia de Burzaco, na jornada onde centenas de companheiros se manifestavam na Plaza de Burzaco, pedindo justiça pela morte de Lucas Pastor e Nazareno Lavalle (ocorrida na madrugada de domingo, 2 de março, no boliche “El Amparo”, quando Alex Mauricio Vega, um skinhead de 22 anos, disparou dois tiros a cada um na cabeça, provocando suas mortes imediatas).

Ao iniciar seu relato, Sabrina explicou: “Na marcha, a Polícia Federal, a força policial de Buenos Aires e a prefeitura reprimiram. Em um momento a polícia iniciou os tiros, a um companheiro apontaram à cabeça, atirando em seguida dois disparos no chão. Éramos em torno de seis ou sete pessoas detidas, a todos nos golpearam terrivelmente - a mim de início deram com uma arma na cabeça. Nos levaram à delegacia, no caminho continuavam nos agredindo, me deixaram algemada junto com outra menina em uma escada, durante mais de vinte horas. Não sei se me entendes, compartilhávamos as algemas, nos revesávamos para sentar. Não nos deram de comer, não nos deixaram fazer nenhuma chamada. Os homens foram colocados em celas sujas, urinadas... não se podia respirar lá dentro. A cada pessoa que chegava detida, golpeavam da mesma maneira. Em um momento ingressou um menino de 16 anos, detido por roubar um carro, lhe batiam diante de seus familiares, lhe davam trombadas entre três ou quatro policiais durante vários minutos, até que o menino deixou de reclamar. Em um momento chegou um amigo para averiguar nossa situação e também ficou detido, o puseram em uma cela toda urinada, descalço”.

Mais adiante, Sabrina afirmou que: “Quando nos tiraram da escada nos levaram a um corredor que ficava próximo das celas dos presos que estão há muito tempo esperando a condenação - eram em redor de 12 ou 13 - estes nos fustigavam, nos mostravam as facas, e a mesma polícia nos ameaçava de juntar-nos a eles. Eu lhes respondi que isso era ilegal, que não podiam fazê-lo. Quando nos dão a liberdade, nos advertem abertamente de que se continuarmos com as passeatas ou fazermos a denúncia do ocorrido ali, irão invadir nossas casas, deter-nos e bater como já o haviam feito. Me roubaram 200 pesos e de outro menino um celular de última geração; reclamamos por nossos pertences e nos disseram que tínhamos que falar com o comissário, o qual nunca nos atendeu. Estivemos detidos em torno de dois dias, desde sábado às sete da tarde até segunda às três da tarde, ainda que eu suspeite que a liberdade chegou nas primeiras horas da manhã e não sei porque nos libertaram muito mais tarde.

Para terminar, Sabrina destacou que: “Neste governo os direitos humanos não existem, é tudo uma fachada, olhe que eu milito desde os 14 anos; me bateram, estive detida na época de Menen, mas nunca me haviam batido com tanta sanha e impunidade como desta vez. Quem é militante e não é oficialista, não é escutado. Nós lutamos contra toda forma de autoridade, ou seja, estamos contra a polícia, os cárceres, o racismo, o fascismo, a religião, contra o sistema em geral, e por isso nos perseguem”.

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