Um dos crimens da "Transiçom":
Morir a paus, patadas e punhadas é realmente desagradável. Um nom morre rápido, tenhem que dar moi duro, com insistência, durante muito tempo, romper-te isto e aquilo e faze-lo, para garantir certa eficácia, entre vários.
Pouco despois, e dados os seus méritos e experiência, o director da prisom, Eduardo Cantos fora transladado ao cárcere de Murcia em qualidade de criminólogo. Criminólogo, experto em crimens. As autoridades da Direçom Geral de Prisions e do Ministério de Justiça deverom considerar o assunto como o "máster" do bo senhor.
Souve da morte de Agustín Rueda, por umha nota que publicara a imprensa e, a posteriori, pola testemunha dum amigo que, na altura, preso também em Carabanchel, fora testemunha achegada. Reservo-me dar o seu nome como me pedira ele daquelas. Pouco mais ou menos, digera-me:
... apaleado por seis funcionários, pateado numha cela de castigo, case a obscuras, cela nu, de cham húmido e frio, de paredes lisas e sujas nas que a sua cabeça rebotou com brutal insistência, deixando brochaços de sangue, com algo de pel e alguns cabelos pegados...
Deixarom-no agonizar durante horas, ensanguentado o seu rostro, partidos os seus beiços e seus dentes, rotas várias costelas, destroçado o fígado, urinhando sangue nos seus próprios pantalons...
Nas celas vizinhas houvera gritos de horror, protestos, alaridos de medo... Sacarom a todos e mandarom-lhes espirse, cara á parede, em posiçom de firmes. Cachearon as suas roupas, desgarrando os petos, arrojando ao cham o seu contido, pisándo-lo com raiba desfarzada de indiferência. Despois, um jefe de serviços e dois funcionários, gomas na mam, castigarom as penras, as nalgas, as costas, em meio dumha griteria de dor e moratons inflamados, reventados, sanguinhentos. Despois, volta às celas e silêncio. Agustín, ainda agonizante, emitia algum lamento, baixinho, pero perfeitamente audível, em meio do silêncio, dumha beira a outra da galeria subterránea.
Pola manhám cedo, fum e perguntei; dijerom-me: “Está na enfermeria, indisposto, nom pode sair”.
Contava vinteseis anos.
Miguel Ángel Jiménez, por aqueles anos, era funcionário de prisions, em Carabanchel. Na manhám do 15 de março, Miguel Ángel entrara de serviço como jefe de centro da prisom. Ninguém lhe informara do crimem e os seus companheiros, implicados no assassinato, apresentaram-lhe o parte para o relevo "sem incidências". De te-lo assinado tal qual, como era preceptivo, teria-se visto envolvido no caso, dado que tal sinatura sinificava a sua aceptaçom de que Agustín Rueda seguia vivo.
"Eu entrei de serviço á manhám seguinte, como jefe de centro. Apresentaram-me o parte como se nada se tivera sucedido. Tantos aqui, tantos ali, e um mais na enfermaria,...
Ia assina-lo quando um destino dijo-me que o da enfermaria estava morto... Depois, o sainte de enfermaria, amigo meu, confirmou-no. Foi umha jogada. Para eles, quanta mais gente involucrada houvera, melhor. Pero nom se fai isso com um companheiro".
Lirón de Robles estivera de jefe de serviços na noite do assassinato. Foi procesado e estivo 3 anos na prisiom de Segovia. Morrreu pouco despois. Lirón era um velho conhecido dos presos antifranquistas. Tras o seu derradeiro serviço (o seu derradeiro crime caberia dizer) ao Estado já monárquico, já “transiçonado”, morreu de morte natural. O pouco natural fora a sua vida.
Dez anos despois do brutal assassinato de Agustín Rueda, e justo quando Barricada popularizava aquilo de "rueda Rueda, en la rueda" do seu tema "El Último Vagón",a Audiência Provincial de Madrid considerou que o apaleamento ao que fora submetido era “um delito de imprudência temerária com resultado de morte”. Foram condenados a 10 anos de cárcere Eduardo Cantos, director de Carabanchel, o subdirector Antonio Rubio e cinco funcionários mais. Outros tres encausados foram condenados a oito, sete e seis anos, respectivamente. E a dous anos de cárcere os médicos José Luis Casas e José María Barigow, que ocultaram o grave estado de Agustín Rueda tras a malheira.
De todos eles, nengum chegara a permanecer nem OITO meses em prisom!!!
Agustin era um luitador e um home a quem aqueles sarnosos carcereiros mataram pola sua rebeldia dentro e fóra da prisom, tinham-lhe tanto medo a aquel home que 15 carcereiros iam-se turnando para propinar-lhe as torturas e malheiras, e todo porque descobrirom um túnel polo que pretendiam fugarse vários presos, era o ano 1978, sim, numha cárcere desta Democracia.
Á memória de Agustín Rueda e de todas as pessoas luitadoras assassinadas nos cárceres.
Agustín Rueda Sierra, Nom te esquecemos irmám!!.
Recolhido x eDu de:
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