Colamos de ContraInfo este texto do anarquista Sean Swain, preso nos EUA:
Às vezes devem quebrar-se alguns ovos para fazer umha tortilha. Para além disso, nengumha das suas trampas mortais fundira-se ainda.
Ainda. Palavra chave. Ainda.
Roberto Adinolfi com o seu poder, dinheiro, prestígio e influência nem notou que um veículo o seguiu até casa. Acreditou arrogantemente que passaria a sua carreira inteira amontoando dinheiro a monte, fazendo rodar o dado radioactivo e jogando com milhons de vidas alheias, nunca tendo de dar conta a ninguém em qualquer dos casos.
Assim, na manhã de 7 de Maio, Adinolfi saíu da sua luxuosa habitaçom em Génova, dirigindo-se ao seu amplo escritório com ar condicionado quando um projétil anarquista o deixou coxo. Perdeu sangre e gritou.
A sua roupa cara estragou-se.
Alfredo Cospito e Nicola Gai assumiram este serviço público humanitário de enviar umha mensagem clara a Adinolfi da parte de milhons de futuras víctimas do seu holocausto nuclear. Nom receberam prémios ou elogios, somente 10 anos e 8 meses e 9 anos e 4 meses, respectivamente, de prisom.
Parece claro que o governo italiano considera mais importante a roupa manchada de Adinolfi que os milhons de víctimas que estremecem sob a sombra do pesadelo nuclear. Perante a sua larga experiência como hierarcas delirantes, isto provavelmente nom soará estranho.
Os inspiradores e impenitentes comunicados de Alfredo Cospito e de Nicola Gai encontram-se, em galego, acá em Abordaxe. A 30 de Outubro, quando Cospito tentou ler o mesmo comunicado na sala, os juízes interromperam-no e depois, mediante a intervençom da polícia, expulsaram os dois anarquistas da sala de audiências.
Atendendo a todos os relatos publicados, a direçom da casa do juíz é ainda desconhecida... O juíz nom parece caminhar claudicando.
Os agentes do tribunal Nicola Piacente e Silvio Franz, que defenderam durante muito tempo Adinolfi, tendo conseguido um milhom de euros como danos (para pagar sem dúvida a roupa de Adinolfi) também parecem caminhar despreocupados e com andares simétricos. Estes funcionários claramente ainda nom receberam um projétil nas rótulas.
Ainda. Palavra chave. Ainda.
Para além da real, penetrante, ferida justiça, isto é óbvio, há um tipo de justiça poética em tudo isto. Nom som só os pobres e os impotentes que despertam com medo em cada dia – nunca mais. Assim como as pessoas que temem ouvir a sirene da fábrica próxima, os funcionários em Itália igualmente reterám a respiraçom quando saírem das suas casas e se dirigirem ao local onde diariamente cometem a sua dose de atrocidade mundana.
Quando os carros dos bombeiros fazem barulho próximo, mijam-se um pouco e aceleram, derramando o seu café. Nesse momento de pânico e terror, um vislumbre do futuro pode ser antevisto, umha visom em que os executivos e legisladores, banqueiros e magnatas do petróleo, conselheiros militares e chefes de estado, mancando cima a baixo, apoiados em bengalas ou balançando nas suas muletas, sorriem e cumprimentam-se uns aos outros quando passam, mas os sorrisos som terríveis e os olhos desesperados.
Suspeito que esse momento lhes parece muito real, e estremecem quando contemplam esses disparos bem dirigidos, expressamente nom letais ... porque os atiradores desejam-los vivos.
Se os matares, nom vam entender nada.
Há parques de estacionamento em todo o mundo, pelos quais tantos miseráveis e infames Adinolfi passam para ir para casa depois de terem passado um dia de trabalho assassinando o futuro. Falam ao telemóvel com as suas mulheres enquanto mandam mensagens às amantes e planificam as valas comuns que orquestarám para amanhã.
Nom fazem nunca caso dos carros atrás deles. Nunca adiam nada.
Quantos Alfredo Cospito e Nicola Gai poderiam haver?
Quantos, a sério.
Sean Swain 243205
Ohio State Penitentiary
878 Coitsville-Hubbard Road
Youngstown, Ohio 44505, USA
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