8 ene 2014

"Tenho medo de afazer-me"

Hoje "flipei" com um artículo do jornal humorísitico "El Correo Gallego" onde fai-se eco dum informe, que com o nome de Randstad Workmonitor, analisa as expectativas laborais de 32 paises, com umha monstra de 14.000 enquerimentos, o que da umha meia de 437 pessoas em cada pais, e na que tiram como conclusons que no estado espanhol 7 de cada 10 trabalhadores estám satisfeitos com o seu actual emprego (6 de cada 10 galegos).

Ou bem eu estou mais aparvado do que cria quando saio a trabalhar, ou bem as caras da gente com que me cruzo no meu caminho nom refrejam para nada a sua alegria interna pola satisfaçom que lhe produce o seu trabalho, ou bem este informe é umha pantomima mediática que nom se crê ninguém. É evidente, por outra banda, que umha monstra de 437 pessoas é ridícula para tirar qualquer conclussom, além de que os realizadores do informe deverom buscar moi bem para atopar tantas pessoas satisfeitas, cicais perguntarom só a esportistas da élite e a políticos no poder, vai tu a saber!!.



Mas bem eu estou com o expressado por Pepe Rubianes neste vídeo e mais com o escrito por Frida, mulher de 28 anos de Ática (Atenas), na página web grega “O calendário dum desempregado” que cópio e traduzo da web (em castelám) Verba-Volant.info:

Amanheceu, um outro dia que vou ir trabalhar. E vou trabalhar porque tenho trabalho, mentras que um milhom e meio doutras pessoas neste pais nom tenhem. E isso da-me medo.

Vou ir trabalhar porque as facturas seguem sem pagar. Vou ir trabalhar porque o aluguer está sem pagar, e a possibilidade de ser botada á rua nom é umha forma de falar. Vou ir trabalhar e nom vou picar o bilhete no trem, nom porque tenha medo ao control, senom porque nom tenho (dinheiro para paga-lo). Vou ir trabalhar hoje também e pese a que sei que vou cobrar só umha parte do meu salário, como miles doutros trabalhadores e trabalhadoras neste pais. Vou ir trabalhar ainda que tenho medo de que o dinheiro para o aluguer e as contas correntes nom me vaia chegar. Vou ir trabalhar pese a que sei que umha outra vez vou escuitar o da paciência que tenho que ter e o da situaçom que é difícil e o de que nom tenho que desesperar-me. Ademais, fijo que a situaçom vai melhorar, basta com que tenha paciência.

Simplesmente, fai pouco que quando acordo pola manhá tenho a estranha convicçom de que nada vai mudar. Quando entro no trem vejo o mesmo em todos os demais passageiros e crio que o mesmo vem eles em mim.

Agora nom tenho medo de ficar desempregada e de que nom me chegue o dinheiro para o aluguer e as facturas. Tenho medo de afazer-me a viver assim, tenho medo de que todos vaiamos a afazer-nos a viver assim.

Por isso, a vindoura vez que lhe pergunte que imos fazer, nom me digas que as cousas vam-se amanhar. Nom se vam amanhar. Nom me digas que tenha paciência, porque nom quero te-la. Nom trates de assustar-me contándo-me que em todas partes é assim. Nom me importa. Nom trates de explicar-me porque nom nos pode pagar, nom me importa. Di-me que decidis-te de que lado estás. Di-me se estás comigo ou com os outros.

Porque as cousas estám claras. O medo que me queres transmitir é umha arma da patronal para manter-nos obedientes. A solidariedade entre nos e a nossa luita comum contra a devaluaçom da nossa vida e do nosso trabalho é nossa arma contra os patrons, pequenos ou grandes.

Nom penses tu polos patrons, há outros que se preocupam por eles. Pensa como trabalhador, pensa nos teus próprios intereses. E nom te deixes enganar, nom coincidem com os dos patrons, som contradictórios.

Assim que, a próxima vez que te pergunte, nom me digas que as cousas vam-se amanhar. Di-me se estás com nós ou com eles. O resto podemo-lo arranjar.

Frida, 28 anos, Ática (província de Atenas)

Colado x eDu

4 comentarios:

  1. moi bo
    ¡¡todxs a teixeiro!!

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  2. Sim, mui bom o artigo de Frida, obrigada pola traduçom. O monólogo de Pepe concordo no fondo, mas essas formas de linguagem machista rancia, som dificeis de aturar.

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  3. Eu crio que mais que linguagem machista rância, trata-se de linguagem politicamente incorrecta dado que sempre fijo burla utilizando umhas expressons que tanto poderiam ofender às mulheres como aos homes (nom sei que tem de machista dizer: "se lo metan todo por la punta del nabo a ver si les cabe,..." ou "con el sudor de tu polla"). Crio que confundes linguagem sujo e soez com machismo râncio.

    De todas Pepe Rubianes já nom está com nós desde o 1 de março de 2009, e colo acá as suas palavras ao respeito das críticas que recebeu pola sua linguagem (em catalám original e traduzo):

    "També hi ha els espectadors que els pot molestar el meu llenguatge brut i groller. Sé que el tinc. Si cap de vostès els molesta aquest llenguatge, si us plau que em disculpin, no és al meu ànim molestar ningú excepte als fills de la gran puta dels fatxes".

    (em galego) "Também estám os espectadores aos quais pode molestar-lhes a minha linguagem suja e soez. Sei que a tenho. Se a algum de vostedes lhes molesta esta linguagem, por favor que me desculpem, nom está no meu ànimo molestar ninguém salvo aos filhos da gram puta dos fachas".

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  4. Hoje, só um dia despois, volta o jornal humorístico a apresentar umha contundente notícia com o cabeçalho: "Se reduce el número de gallegos que piden mayor salario con el año nuevo" assinada por um tal José Calviño, donde fai referência a um novo enquerimento, desta realizado por Adecco, em base a 1700 pessoas de todo o estado espanhol, 150 de-las na Galiza.

    Impressionante estúdio!! Só 150 pessoas entrevistadas e tiram conclussons deterministas como as do cabeçalho antérior!!

    Além, no corpo da notícia, fam referência a que só o 44% de residentes no estado espanhol estám satisfeitas com o seu trabalho (neste caso nom divide por autonomias e nom di nada das galegas satisfeitas), o que contradi o que dizia o inquerito que publicaram ontem e que recolhim nesta notícia, donde se afirmava que eram um 70% as satisfeitas no estado; umha diferência, em só um dia, dum 26% !! o que vem a confirmar o que já apontei de que "este informe é umha pantomima mediática que nom se crê ninguém" (ao que engadiria que há que aplicar o mesmo conto a estoutro estúdio publicado hoje).

    Ligaçom ao jornal de humor:

    http://www.elcorreogallego.es/index.php?idMenu=5&idNoticia=846097

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