2 oct 2012

Às vezes para da-la cara, há que tapa-la

Abondando no que se dizia no antérior post, oferecemos este escrito assinado por "Um encarapuçado" que colamos de Anarquistas de Gran Canaria

Temos mirado ejércitos policiais trepanar cráneos a golpes de porra; levantar coiros cabeludos com os seus pelotaços de goma; dar patadas e punhaços a distro e sinistro (incluso a quem, absurdamente, os defendiam); humilhar, vejar, acorralar e ameaçar; vimos tudo isto e a nossa mirada desviou-se, nom tanto, cara quem nom ejerciam mais violência que a de preparar-se para a autodefensa.

Tudo isto lembra-me a essa gente que, vivindo imersa no maior roubo financieiro da história, no gram desfalque produzido pola bancocrácia, assistindo a casos como o de Bankia e os seus adláteres, todavia lança diatribas contra pessoas como “El Solitario”. A “inmoralidade” da “moral proprietária” fijo melha em nos e preferimos atacar a quem rouba um banco que a quem usa um banco para roubar. De igual modo, ante um esquadrom armado até os dentes, com pistolas de fogo real no seu cinto, com veículos que podem cascar osos como noces, preferimos atacar, “por violentos e insensatos”, a quem vam armados com febles painhos e cobrem-se com tapas dos cubos do lijo.

Estamos tam mediatizados, somos animais tam afeitos ao hábitat dos mass meia, tam domesticados pola televisom, que fazemos nosso o discurso da propaganda governamental. Estamos tam imersos nesta sociedade policial, estamos tam policializados, que a meirande parte do nosso tempo temos afora ao “nosso polícia interior”, e nom nos falha tempo para dar-lhe a razom à aseveraçom de Stirner: “[O] celo moral que domina à gente é para a polícia umha protecçom muito mais segura que a que lhe poderia proporçonar o governo”. Sim, estamos “encelados”. Também estamos tam absorbidos pola mensagem cidadanista, temos sido tam bombardeados pola moral burguesa, polo “decálogo do bo cidadá”, polas teorias de conciliaçom do “activismo civil”, que tudo quanto se sae do guiom é perigoso, pernicioso, inconvinte e deve ser destruido. “Há que ser violentos com os violentos”, essa é a pedra de toque dos demócratas de extremo-centro (transversais, dim-se agora).

O mais doído do caso é que muitas destas críticas vinheram dos próprios “companheiros libertários”. Um creria que a experiência em conflitos como os de Chile ou Grécia nos teria que haver servido para algo, mas nom. Se em Chile transcende do discurso anarquista empeçar a compreender aos encarapuçados (El Ciudadano - La capucha no esconde: Muestra), acá tudos som “mesquinhos”, “provocadores”, “que nom respeitam os acordos do soviet supremo”. Pretende-se enviar às multitudes a que sejam golpeadas e detidas em massa, com a ingenuidade de que nom há sítio para todos e todas (esqueceuse-lhes a esses “anarquistas” o seu passado, e como durante a Republica habilitaram-se barcos para seguir encirrando anarquistas ou como se recurrera à “deportaçom”?). Em troques de, se estám em desacordo, reduzir o assunto a discusions internas, lançarom-se à caça do raposo tal e como figerom os meios oficiais.

Querem proibir “levar carapuças e tapar-se a cara”, exiger que “se respeitem os acordos do grupo convocante”, denunciar públicamente a quem “levem mastros sospeitosos e escudos”. Absténham-se entom de fazer convocatórias populares e limítem-se a faze-las privativas especificando que há “direito de admisom”. Quando imos entender que se se convoca ao “povo” (à “cidadania”, na sua fala), esta convocatória deixa de pertencer-lhe a quem a idearom desde o mesminho momento na que se fai pública?. Nem as manifestaçons nem os conatos revolucionários podem depender dos desejos e preferências do grupo convocante em grao de preponderância. Nom existe um comité que decida como há que ir a umha manifestaçom, que é o que se pode levar posto e o que nom, e se existe tem dois nomes: ou “Comité Central do Partido Bolchevique” ou “Comissom de Festas e Verbenas do seu respectivo lugar”.

Visto o visto, a violência despregada polos corpos repressores, o anormal nom era levar escudos e tapa-la cara, o anormal é que o resto nom figeram o mesmo e que lhe engadiram ao equipamento cascos, muitos cascos. Podemos falar de estratégia se se prefire, pero nego-me a seguir usando essa palavra para nom falar de termos tam molestos como “delaçom” e tam naturais como “medo”. Muitos falam de “estratégia” para nom falar com honestidade e sem nengum tipo de complejo do que um está disposto ou nom a fazer na luita social, e, como descobrirom os seus próprios límites, querem estigmatizar aos outros para desvirtuar a situaçom. Querem convencer-se dumha cousa: “nom é que eu ficara atrás, é que eles e elas forom moi longe”. E com esse pretexto carrgeam tintas contra as vítimas e deixam indemnes aos seus verdugos.

Que no grupo de marras encarapuçado havia infiltrados policiais? Isso é evidente. Que essa parafernália facilita o seu trabalho? Mais bem ajuda-lhes a saber onde devem ubicar-se, pero isso faim-no já as bandeirolas e por isso nom prescindimos de-las. Além, os infiltrados, em infinidade de manifestaçons a “cara descoberta”, sempre se empotrarom entre nos. Vestíndo-se casualmente camuflam-se por igual, e se quigeram lia-la nom tenhem mais que tirar de braga e gafas de sol, como vimos em multitude de ocasions (no próprio 15-M), sem que a vestimenta de nengum sector da manifestaçom fora “especialmente chamativa”.

Persoalmente, nunca tapei o meu rostro, pero os modernos Torquemadas estám convidándo-me a faze-lo.

Crio que podemos disentir do que nos quadre, pero sem a virulência e o espíritu criminalizador dos nossos inimigos. É triste contrastar como gente que se di anarquista une a sua voz às de Fernández Díaz, Gallardón, Cifuentes, Cosidó, Fornet ou Schlichting. Já nos advertiraa Elisée Reclús, pacifista até a médula, com respeito aos “propagandistas polo feito” ( de quem desaprovava os seus actos): “Personalmente, qualquer que sejam os meus juízos sobre tal ou qual acto ou tal ou qual indivíduo, jamais misturarei a minha voz aos berros de ódio de homes que ponhem em movimento ejércitos, polícias, magistraturas, clero e leis para o mantemento dos seus privilégios”.

Hoje muitos “revolucionários conscentes” misturam as suas vozes com o mais vil da prensa mercenária e o mais abjecto dos sumidoiros governamentais.

Ado.: Um encarapuçado

Copiado e traduzido por Edu

1 comentario:

  1. gustariame intercambiar impresións con calquera que leve este blog. para un crecemento egoísta das miñas ideas pode que sexa, pero teño moitas ganas.

    deixo constancia de que ó meu parecer Jaime jiménez Arbe é un modelo de conduta humana a seguir.. pode que o admire máis incluso por ser un artesán solitario.

    agora, moitos dos que simpatizan coas súas actuacións non cren na efectividade dun enfrontamento directo masivo contra o estado e os seus esbirros. principalmente porque a ignorancia e a apatía frenan infinitamente máis o avance da humanidade que caluqera prision ou asasinato. TRÁTASE DO SILENCIO DOS XUSTOS, NON DO INSULTO DOS NECIOS.

    a oligarquía ten medo dun pobo que se eduque a si mesmo, dun pobo culto e consciente. a oligarquía REAL, non "a xente con moitos cartos".. credes en serio que lles da medo unha masa de xente armada?? iso vai atraer máis canis aburridos con ganas de romper cousas que almas morrendo por non poder construir una realidade mellor...

    moitos somos, os que non condenaremos violencia contra os mercenarios, mais sabemos que non soluciona nada.. a violencia psíquica e o pensamento totalitarios son mil veces máis destructivos que claquera violencia física

    PERsonalmente, prefiro un monte de xente que sepa por qué loita que un monte de xente que non sabe por qué loita pero sabe poñer bombas.

    non vos dades conta?? se agora alguen disparase contra rajoy ou botín ou feijoo, O PENSAMENTO ÚNICO OS VOLVERÍA mártires!!!! a xente os admiraría!! woww!! disparáronlle!

    ResponderEliminar