Este que subscreve, tivera a imensa sorte de, por circunstâncias laborais do meu pai, há já 32 anos, conhecer algumha das ilhas do arquipélago canário, e o mais importante, trabar amizade com várias moradoras destas ilhas que tinham um certo orgulho de ser canárias e africanas (algumhas antes que espanholas, outras nom querem nada com Espanha), mesmo o meu melhor amigo dos primeiros anos de Compostela é "canarión" (apelo com que se idéntifica as persoas da ilha de Gran Canaria), com quem nom era raro rematar de farra cantando o único hino independentista que conheço com ritmo bailável: "Me gusta la bandera, me gusta la bandera, ay, mamá, bandera tricolor; con siete estrellas verdes, con siete estrellas verdes, ay, mamá, bandera tricolor! ay ay ay ¡que divertido! ay ay ay ay ¡que vacilón!, ón ón ón ón" (nunca gostei nem de hinos nem de bandeiras, pero há que reconhecer que vacilóm se que é).
Umha das coisas que mais me chamara a atençom, era que ao falar da minha estância nas ilhas com gente da península (maiormente da Galiza, se bem, na altura eram mais desconhecidas que o de agora, pois ainda nom ocorrera a maciça migraçom de galegos chegados para colabourar a destruir as ilhas e amolar o seu ritmo pausado de vida trabalhando arreo a cámbeo de dinheiro), a gente de acá desconhecia (e desconhece) em grande medida a ubicaçom geográfica das Canárias e assim:
1.- Havia, e mesmo segue haver, quem as confunde com as Baleares (poidera ser porquê nalguns mapas, por aquilo de mete-las no mesmo enquadre do resto das espanhas, as ilhas Canárias ficavam ubicadas num quadro embaixo das Baleares)
2.- Havia, e mesmo segue haver quem, ainda que sabe que estám no Atlántico, vem a ubica-las moi perto da península, como se nom fossem africanas (motivadas por outros mapas ??)
3.- Havia, e por sorte segue haver e cada vez mais, quem sim sabia bem de-las e as ubica no lugar ajeitado, fruito da emigraçom ou do prazer:
E poida que alguém se esteja a pensar, quê é o que nos quere dizer este com tanto mapa? Pois a isso vou:
Por umha banda porque me anoja que este vrão voltara o manido tema de "Gibraltar Español" e que agora saia o Rajoy com a teima de que Gibraltar é a única colónia em território europeio. O Sr. Rajoy, como todos os políticos da Corona espanhola, inhora adrede o que di o Tratado de Utrecht, no que Espanha cedeu o penhom: Cessom de Gibraltar a Inglaterra. Artículo X. 13 de julho de 1713: "O Rei Católico (Felipe V, o 1º Borbom) por se e polos seus herdeiros e sucessores, cede por este tratado à Corona da Gram Bretanha a plena e enteira propriedade da cidade e castelos de Gibraltar, juntamente com o seu porto, defensas e fortaleças que lhe pertencem, dando a dita propriedade absolutamente para que a tenha e goce com enteiro direito e para sempre, sem excepçom nem impedimento algum". Além, por ter assinado esse tratado, a coroa espanhola recuperava a ilha de Menorca, ocupada polos ingleses com motivo da guerra de sucessom e abandonava por cessom e para sempre (forever) Gibraltar. Logo isto nom é um caso de colonialismo nem o roque de Gibraltar umha colónia quanto menos, entanto espanha sega a ser umha monarquia, senom que foi fruito dum mais dos tantos acordos entre coroas.
Pola contra, as ilhas Canárias, e isso haveria que lança-lo aos quatro ventos, antes que Gibraltar fosse cedida aos ingleses, já era umha vil colónia espanhola, como consequência dum cruento processo de conquista pola força das armas que durou cem anos, dada a resistência numantina dos aborígenes canários que foram invadidos polas hordas castelhanas e demais calanha espanhola, numhas acometidas cheias de crimens de lesa humanidade cometidos na genocida conquista e evangelizaçom das ilhas, ao estilo da practicada em tuda América. Polo tanto, Gibraltar nom é um território conquistado a sangue e lume em guerras coloniais, como si o forom Ceuta, Melilla, Canarias e o resto das praças de soberania em África.
Lembranças da minha infância, levam-me a recordar como, nos livros de texto do franquismo, fazia-se gala da grandeza de Espanha e nom se disimulavam as colónias e possessons dos territórios africanos e assim eram nomeados como "África Espanhola" tanto os territorios africanos baixo "protectorado" espanhol ( dependencias coloniais de Marrocos formado polas zonas do Rif ao norte e Cabo Juby ao sur), como as "prazas de soberania" ( as maiores, Ceuta e Melilla, e as minores as Ilhas Chafarinas, as Ilhas Alhucemas e o Penhom de Vélez de la Gomera), como os territórios baixo soberania (o Sáhara Espanhol, Guinea Espanhola e as ilhas Canarias). Mesmo, nos sorteios de quintos (singular lotaria anual onde rifavam-se os destinos dos moços para a mili) as praças de África eram as máis temidas (e assim eram como se denominavam todos estes destinos, incluidas as ilhas Canárias) em contrapartida com as praças da Península (a "sorte" se botava entre Africa e a Península, sendo os destinos de Africa os piores, enchendo de desgosto e pesar a familiares, noivas e amigos).
A teima dos governos espanhois com a devoluçom de Gibraltar, e que baseam tal direito a umha estratagema de Franco, quem, quando se formarom as Naçons Unidas e se pedira a todos os paises que deram o nome das suas colónias e territórios, respondera que nom tinham nengumha colónia, senom "províncias de ultramar"; entanto os ingleses, quem consideravam colónias todo território de ultramar, incluiram na listagem Gibraltar, se bem desde o ponto de vista de direito internacional, quem únicamente poderia solicitar algum dia à coroa inglesa a devoluçom de Gibraltar seria umha República espanhola, nom como sucede agora que a coroa española som herdeiros e sucessores do rei que cedeu o penhom.
Além ha outros motivos relaçonados com a minha "sensibilidade" com as ilhas Canárias e mais em cocreto com a ilha de La Palma (a ilha bonita que che chamam as gentes das outras ilhas e donde morei vários meses durante 7 anos), e como dizia ao princípio, ao falar do desconhecemento geográfico, um outro tanto se passava com a toponimia, sendo moi comum que a gente da península "misturara palmas", confundindo Palma de Mallorca com Las Palmas de Gran Canária e com a ilha de La Palma, nada preocupante, se nom es presidente do governo espanol, porque o de Rajoy deste vrão bate recordes de inhorância e despreocupaçom polo que solta pola sua boquinha quando nom tem diante um papel, e assim quando se foi de vissita a Mallorca a ve-lo rei, dias depois de que a ilha de Mallorca sofrera um grave incêndio (o pior da ilha em duas décadas), Rajoy confunde a ilha de Mallorca com a ilha de Palma:
E já para remate, e se quadra foi o que me motivou este artículo pessoal, foi escutar ao ministro de Indústria, Energia e Turismo, José Manuel Soria, repricar-lhe ao presidente do governo canário Paulino Rivero quando este, ao respeito da polémica criada agora com o de adoptar a todo o território espanhol ("províncias de ultramar" incluidas) o mesmo horário de Inglaterra (umha hora menos) para que "trabalhemos melhor" e "durmamos menos sexta", solicitara que se respeitara a diferência horária de Canárias, começando a súa réplica com estas suas palavras: “Le pediría que no dijera disparates”. Tuda umha "leçom de inhorància in crescendo" que vos convido a escutar à ìntegra:
"El meridiano de Greenwich va a seguir pasando por Canárias”!!!, pois nom ministro Soria, como bem se observa neste mapa escolar dos fusos horários:
A pouco que se mire, as ilhas Canárias (esses pontinhos moi próximos a Mauritánia na África), estám no seguinte fuso horário (ao igual que boa parte de Portugal e da Galiza, horário galego já!) e ademais, as Canárias estám justo no seguinte meridiano:
E isso sem contar que, como Canárias está em África e bastante mais perto do equador que Madrid, a diferência de horas de sol na meirande parte do ano é moi sinificante (no vrão as diferèncias som mínimas, pero por ejemplo em 6 de fevereiro deste ano, entanto o sol saeu em Las Palmas as 7:20 e ocultou-se as 20:20 (hora local, 1 mais em espanha), em Madrid saiu as 8:22 e ocultou-se às 18:36, case 3 horas mais de luz solar em Canárias do que em Madrid.
E já para rematar, o que mais me enervou é que o sr. ministro de Indústria, Energia e Turismo, José Manuel Soria "é CANARIÓN"!!, ademais de ser presidente rexional do PP canário desde 1999 !!! além dum sinfim de carrégos, álcalde, presidente do Cabildo, deputado autonómico, vicepresidente de Canárias, ou seja que estivo a chuchar
em Canárias desde o seu berçe até o 22 de dezembro de 2011, quando foi nomeado ministro (ver ficha)
E o sr Wert quê pensará dos seus compas de classe??
"perdom pola chapa"
eDu
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