9 abr 2013

Poemas de Adri "Senlheiro"

Do "Colectivo de Apoio a Senlheiro" enviam-nos estes poemas por se interesa publica-los e dam-nos as graças polo já publicado neste blogue anarquista, e manifestam que gostam de que saia em Abordaxe mas apontam a que nom nos sintamos na obriga de publicar tudo quanto mandam.

Considerando que os escritos de Adri "Senlheiro" ajudam a fazer-nos umha ideia de como o nosso amigo se passa esta situaçom carcerária de dentro dos muros e que aportam, ao mesmo tempo, umha visom de como é esta realidade (a que a mairoia da povoaçom vive de costas e com olhos e ouvidos pechos) desde um ponto de vista moi semelhante a das pessoas presas anarquistas ( quem sempre olharom às outras pessoas lá encirradas como companheiros de desdita e injustiça ), nom é obriga senom prazer solidário (nesta dura situaçom) dar-lhe pábulo nesta revista digital.

Assim som estes 6 curtos poemas que nos enviam agora e que ressumam solidariedade e realidade carcerária, escritos entre Soto, Valdemoro e no periodo de conduçom até Villabona; e ao que propinamos vento de liberdade (ver clicando acá em ) :

XIII

Soa música clásica
mentres pola janela outros presos
discutem a berros por umhas "pastilhas"
"-Vouche sacar um pincho
quando saias ao pátio!"
e eu penso no salgueiro
que há á beira do rego,
nas piruetas daquele home pequeno
os latejos, as mans
a mirada firme
e os barrotes.

Algum dia
deixaremo-nos caer na Praia do Castro
e respiraremos
em silêncio.

Soto, 2013

XIV

Ele está atado a umha cama
por resistir aos carcereiros
e canta: "E quando me vaia
que nom caiam bágoas por mim
que só fique a amizade
muitos sonhos que recordar"
e escoita-se pola galeria toda
e é o único que ele pode fazer
_____

pergunto-lhe a berros:
"oe! de quem é essa cançom?"
e di-me que de "La Oreja de Van Gogh"
e eu nom sei se está no certo
e ti nom sabias que isto era certo

Mira ti como soam as cançons de moda
nos sumidoiros do Estadoespanhol.

Soto, 2013

XV

Fago zapping e tento recordar as montanhas nevadas
respirar fundo polo nariz e imaginar-me no meio do Courel
e ao fazer-se de noite que as estrelas sejam mensagens secretas
a descifrar
e o bote de cristal
no que chega umha carta
e o barco que sae cara o Atlántico
e somos reos encadeados aos remos
e cantamos hinos antigos ou rap's de aldeia
sabendo que um dia havemos voltar á Terra.

"Umha noite em isolamento, umha noite nom é nada,
um mesezinho enteiro, essa si que é muinhada"

E berrar-lhes ao ouvido um MECAGHOENDIOS bem alto.

Soto, Marzo 2013

XVI

A bola de tenis contra a parede
e retumba porque lhe damos
com força.
Pois estamos dentro do estómago
de Papá-Estado
e que polo menos
se escoite
a bola contra a
parede.

Soto, 2013

XVII

A boca do tiburom tem dentes afiados
Ela entra paseninho e ignora
o que virá depois.
E o ceu todo o engole:
ánsias, plumas debuxadas num sobre, cemento gris

Umha viage como un èxodo cara o nengures
As peles gastadas, o caminhar em círculo
como se fossem ofrendas ao Sol.

Cada umha das cartas botadas
o rei de ouros
a sota de bastos...

As mans dos homes removem o ar
e os destinos.

Valdemoro, 2013

XVIII

(Traslado dumha prisom a outra. Conversa entre dous galegos)

-Como vai logo, galego?
-Aquí, que te cagas, neste caixom de 2x2, vam melhor os porcos óstia.
-Se agora os porcos vam num transporte bo, para que nom se estresem.
-Seica a nossa carne nom serve para comer!
-Nom, a nossa serve só para malhar nela!

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