7 nov 2012

As mentiras do pluralismo dos mass media

Podria ter escrito isto qualquer outro dia, mas o que hoje animou-me a faze-lo é comprovar o absurdo e falsário do manifestado na concentraçom de ontem em Compostela em contra da desapariçom da ediçom em papel de “El País Galicia”.

A quem levamos anos participando no eido jornalístico “contra-informativo”: rádios livres, webs alternativas, semanários ou mensuários de investigaçom e denúncia,…, muitas das vezes de jeito altruísta que mesmo custa-nos quartos, nom deixamos de mirar aos meios corporativos com esse olhar de desconfiança e antipatia, além de certa enveja caracterizada nom por querer ser como eles, senom de goçar do favor do amplo público ávido de informaçom.

As nossas vozes som silêncio para esse gram público que segue considerando que entre El Pais e El Mundo há umha linha editorial diferente ou mesmo que as notícias de Antena 3 e la Sexta difierem em contidos e em tratamento informativo (e isso pese a recém uniom empresarial destas duas cadenas, como antes juntaram-se Tele 5 e La Cuatro), e assim no magim da maioria do povo só existem jornais, rádios e televisons mais de direitas (achegadas aos posiçonamentos políticos de PP, CiU, PNV,…) e outras mais de esquerdas ( cercanas às ideias de PSOE, IU, …) e esta suposta diversidade dos meia é um valor a defender como símbolo da verdadeira democracia e pluralidade de pensamentos e ideologias.

Nessa diversidade nom entramos nunca no jogo porque nunca fumos aceitadas como parte dele, nom interesamos. Aos proprietários dos mass media, aos grandes empórios e aos vividores da política, da cultura e do desportos de massas nom lhes interesa que se saiba que existimos, por isso ignoram a nossa existência. E isso pese a que o valor em alça da informaçom na rede, vem canalizando cada vez mais cara os nossos meios informaçons veraces de primeira mão que, se bem de sempre foram a nossa melhor fonte informativa (além dos moi bos trabalhos de investigaçom das próprias jornalistas alternativas implicadas na redaçom dos nosso meios), agora com maior razom dado esse éxito informativo. Assim o nosso trabalho às vezes serve para desmontar as mentiras e as manipulaçons dos “grandes” meios e outras serve para sacar à luz realidades que os falsimeios pretendem ocultar ou tergiversar. É por isso que agora nom tenhem umha outra que recolher essas informaçons nos seus falsimedios procurando, se é possível, dar-lhe a volta para faze-las suas ou senom ocultar as fontes dando-lhe carácter de “fonte anónima”.

Assim desprezadas, minorizadas, tildadas de “subjectividade” (como se a objectividade fosse a panaceia, quando é óbvio que nom existe em nengum meio que se aprecie como tal ou bem a suposta notícia “objectiva” nom se passa de ser um simples aviso, notificaçom ou recado) e mesmo de panfletárias (como se os mass media nom puxaram também polo seu), e até silenciadas como alternativa à informaçom “oficial” das grandes agências internacionais, mas pese à insistência em ignorar-nos seguimos medrando e imos conseguindo dia a dia ser umhas canles de comunicaçom veraces e de primeira mão que, sem entrar no jogo da sua suposta “diversidade informativa”, estamos num momento de ser quem, desde a nossa própria diversidade subjectiva, de compartilhar informaçons e chegar a converger entre correntes inicialmente divergentes à hora de sentir-nos mais afines na luta por fazer luz à verdade dos sujos negócios, dos escándalos de dirigentes e mangantes magnates, das pelejas do povo pola sua dignidade, dos actos de rebeldia e de luta, de sacar para fora dos cárceres as vergonças e as torturas, e de denunciar a manipulaçom de todos os mass medias sem distinçons artificiosas de esquerdas e direitas e da sua suposta pluralidade informativa.

Podria ter escrito isto qualquer outro dia, mas o que hoje animou-me a faze-lo é comprovar o absurdo e falsário do manifestado na concentraçom de ontem em Compostela em contra da desapariçom da ediçom em papel de “El País Galicia”. Lá estavam, além das trabalhadoras afeitadas pelo ERE deste jornal espanhol ( 12 pessoas na Galiza dum total de 149 no estado) várias das pessoas que se beneficiavam economicamente da sua existència num ejercício de solidariedade (os quartos que cobravam polos seus artículos em perfeito castelhano supostamente nom contarom nada para a sua presência no acto) e assim em palavras do “intelectual colaboracionista” Suso de Toro, estavam lá por ser “El País” um “serviço público” (??), porque é umha empresa privada pero também é património da sociedade"(??).

Por suposto, este que subscreve, nom lhe aleda a desapariçom de nengum posto de trabalho (entanto prostituir-se por dinheiro sega a ser umha necessidade obrigatória para subsistir nesta sociedade na que vivemos e morremos), mas nom me comove mais a perda para esta dúzia de pessoas que para as 30 de Televés recém despedidas (notícia que, por certo, nom recolhe nengum distos oficiais jornais, televisons ou rádios ) ou nom menos que o gotejo incesante de perdas de trabalho em tuda Galiza.

Porque nom crio que este ERE seja diferente como manifestou no acto um representante das trabalhadoras do jornal ao respeito de que : "a supresom de El País Galicia implica também a reduçom do já exíguo pluralismo informativo na comunidade” e muito menos que tal desapariçom implique “que 139.000 leitores do espaço progressista ficarám sem referência nos quioscos” quando a OJD marca umhas vendas de menos de 16 mil ejemplares na Galiza, mas já se sabe como multiplicam a realidade (segundo eles cada ejemplar é lido por 9 pessoas), pois “El Pais” seguirá nos quioscos, se bem carecerá do suplemento cultural “gallego”.

Assim todas as oradoras e cantantes (nom porque deam o cante, senom porque estavam também algumhas presentes no acto que contou com música ao vivo) forom chorimicando por a perda dum jornal “diferente” ao “geral” conservadurismo do resto da imprensa diária da Galiza. A sua diferência radica em que nunca apareceu nem aparecerá umha crónica sobre o escravismo praticado por Zara na Galiza ?? Ou radicaria em que “El Corte Ingles” só apareceu em anúncios publicitários e em elógios ?? Ou será que o progressismo de “El País” é o que levou ao seu director a aplicar este ERE ??

Só por rematar e nom estender-me mais, cabe sinalar que como informa Galiza Livre “El País pertence a umha grande corporaçom como é o grupo PRISA, nom havendo neste caso relaçom entre a atitude das instituiçons públicas e o fecho do jornal e tratando-se simplesmente dumha decisom empresarial” (interesante a relaçom que fai o Galiza Livre das empresas participantes deste empório de comunicaçom, entre elas as moi progressistas “Banco de Santander”, “La Caixa” ou “Telefónica”, das que por suposto em “El Pais” nunca aparecerá umha crítica ).

Assinado: Edu

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