15 feb 2012

Crónica da concentraçom contra a instalaçom do Cemitério Nuclear em Villar de Cañas, Cuenca

A ela acudirom mais de 2000 pessoas, entre elas anarquistas de todo o estado

A vila amanecera este domingo passado com várias faixas que defendiam a sua construçom e faziam chança de Barreda (o ex presidente da Junta de Comunidades de C-LM, do PSOE). Esta personagem e outrxs da sua mesma condiçom (Cayo Lara, Uralde) se passarom por alá para tentar, como nom, sacar talhada de todo isto e de passo defundir o seu modelo de desenvolvimento sostível. Se bem, quanto menos Barreda e as suas mocidades (que no início da concentraçom estiverom ao carom do grupo anarquista-antidesenvolvista) forom increpados.


Vários dos cartaces de apoio ao A.T.C. nuclear (Almacem Temporário Centralizado) forom arrincados pero a grande presência da Guardia Civil (que arrodearom o edíficio do concelho e mesmo varixs delxs permanecerom durante todo o protesto no seu interior) impedirom eliminar toda a propaganda. O alcalde, por certo, fora-se de montária.

Assistimos também anarquistas vindas de vários pontos do estado com duas faixas nas que se podia lêr: “Nem resíduos, nem políticos, nem nucleares (A)” e “A.T.C. nem eiqui nem nengum outro lado (A)” e umha estrela verde. Também forom repartidos centos de panfletos, e, de feito, cremos que foi o texto mais defundido na concentraçom e muitos dxs altos carregos do PSOE, IU e Equo (como Uralde) levarom-se um para casa.

Este é o panfleto repartido:

Contra a energia nuclear e o sistema do que depende.

Todxs xs que estamos eiqui temos umha cousa em comum: nom queremos o A.T.C. Nos, lógicamente, tampouco. Nom o queremos nem acá nem nengum lado. Negamo-nos a que isto convirta-se numha questom de onde vam a coloca-lo, de que o problema afecte só porque este produza-se perto das nossas casas. Já conseguirom isso com muitos outros processos, indústrias e tecnologias: como as suas consequências dam-se longe do nosso território, nom existem e por tanto nom no-las questonamos.

Políticxs, especialistas e científicxs afanam-se em explicar os benefícios do A.T.C. Pero nem os seus informes, nem o seu dinheiro podem muda-lo feito de que isto nom é nem mais nem menos que almacenar todo o lixo nuclear espanhol num sítio e conseguir assim que todo o processo de produçom de energia nuclear se produza já no estado.

A gestom dos seus resíduos, derradeiro escolho da energia nuclear estatal, fica pois superado. Se conseguem instalar o A.T.C. conseguirám também que a energia nuclear seja mai eficiente e mais rendível para políticxs, empresarixs e científicxs que se beneficiam dela. Som elxs xs que sacarám proveito da construçom do almacém e sabendo como estám as coisas chantaxearám com umha esmola ( aforram muito mais nom tendo que enviar e almacenar o lixo radiactivo no estado francés) e dezindo que da trabalho. Trabalho dam muitas outras actividades; as minas a ceo aberto, as refinerias, a industria armaméntistica, a construçom de vivendas em primeira linha de costa, o tráfico de drogas...

A energia é inseparável da sociedade que a fomentou. Polo tanto a luita contra ésta deveria incluir o questonamento do tipo de vida que queremos levar. Num sistema onde qualquer acto tem nefastas conseqüências sobre outrxs e sobre a naturaleza negamo-nos a assumir que o eco, as etiquetas AA+ e demais estratégias calma-conciências, é dizer, o capitalismo verde, sej a soluçom. A contaminaçom, o cámbeo climático, o burato na capa de ozono, a perda de biodiversidade, a destruiçom do território, a radiactividade por todos lados, som parte do preço que devemos de pagar por umha vida de coches particulares, móviles novos cada seis meses, televisores mais grandes, miles de productos produzidos a miles de kilómentros nas baldas do supermecado. A outra parte é a perda da nossa autonomia, da nossa liberdade. Poida que algumhxs, agora que podem aceder a bens de consumo com os que nom há muito só sonhava, estejam contentxs neste papel, pero nos nom.

A energia nuclear é belicismo, medo, contaminaçom, enfermidade e um perigoso precedente ao aceptar-se por primeira vez um processo no que o seu control e conseqüências som imposíveis de gestar pola humanidade.

Até esse momento todo o que crearam xs humanxs, dum jeito ou doutro podia acabar, era reversível. Pero isso nom se passa com o nuclear.

Aceptando isto, outros processos com iguais características (incontroláveis e com efeitos irreversíveis) e que além som apresentados como salvadores da humanidade e do méio ambiente como no seu dia foi-no a energia nuclear, tenhem o caminho despejo para a sua implantaçomn: O.M.G. (transgênicos) ou a bio e a nanotecnologia começam a formar parte de maneira irreversível do mundo ao penetrar em diferentes processos biológicos e naturais.

Toca-nos a nós a difícil tarefa de luitar contra a construçom do A.T.C. e a energia nuclear sem cair no discurso dxs poderosxs. A luita contra o almacém e as nucleares enchera-se de políticxs que nom duvidarám em lançar radicais consignas contra o A.T.C. quando elxs mesmxs forom uns dxs maires impulsorxs da energia nuclear, da semente de transgênicos, da destruiçom do litoral, do desenvolvimento do T.A.V. ou da construçom da M.A.T. (Linha de Moi Alta Tensom) e que tentarám, no momento oportuno, neutralizar a luita com concesons que, de seguro, nada terám que ver com o que nos queremos. Pequenos partidos e oeneguerxs profesionais estarám lá para apotarse o tanto, repartir as migalhas e apostar polo mantimento dumha sociedade onde um revestimento verde cubra um sistema que converte a natureza, ao resto das espécies e ao ser humano em números, mercadurias, benefícios, em escravxs.

Além disso cabe sinificar que a concentraçom na praça durou umhas tres horas e durante este tempo distintas pessoas subirom-se a um camióm-cenário habilitado, para criticar o projecto de construçom do A.T.C. Depois aos poucos a gente foi abandonando a praça, só destacar que algunhxs dxs participantes chegaram das vilas vizinhas em bicicleta e outras em 20 autobuses.

Esperamos que esta concentraçom, que já saviamos nom ia parar por se mesma o projecto, seja só o princípio e que a gente nom se resigne.

A.T.C. nem eiqui nem em nengures.

Cero nucleares. Cero desenvolvismo.

Notícia recolhida e traduzida de La Haine

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