Tirado de http://galizalivre.org :
A nova convocatória de greve da-me a oportunidade para responder um dos argumentos esgrimidos com mais insistência no passado 29 de Setembro por empresários, políticos, polícias e fura-greves: o "direito ao trabalho" deve ser respeitado e protegido, de maneira que o direito à greve e ao protesto das e dos trabalhadores nom deve colidir com ele.
Pois bem, eu nom acredito nesse "direito ao trabalho". Acredito e reivindico, isso sim, o direito a umha vivenda e a umha vida dignas, o direito à alimentaçom e à sanidade, à educaçom e ao lezer. É o capitalismo o que condiciona a realizaçom desses direitos ao trabalho, como o escravismo os condicionava à escravidom. Mas coa mesma lógica que falamos de "direito a teito", e nom de "direito a hipoteca" (por mais que este sistema se empenhe em condicionar o primeiro à segunda), tampouco deveríamos neste caso reivindicar a condiçom que pom o chantagista, em vez de luitarmos directamente polo direito que nos nega mediante a chantagem.
Por desgraça, a lógica do mercado e do trabalho capitalista nom só invadiu o imaginário de quem se opom às greves, mas também de muitas e muitos de quem participamos delas. Assim, é habitual que quando o que lhe falta à classe obreira é vivenda ou alimentaçom de qualidade, o que reivindiquem as mobilizaçons sindicais sejam "postos de trabalho". "Lógico!", exclamarám alguns; sim, mas obedecendo a mesma lógica pola que nos USA, se alguém quer curar umha pneumonia, tem de solicitar trabalho no Mc'Donalls.
A mercantilizaçom dos direitos fundamentais nom devesse ser assumida pola esquerda anti-capitalista, mas convertida no principal alvo das suas mobilizaçons, incluida a próxima greve geral.
21 ene 2011
Texto para debate: Contra o "direito ao trabalho" de Miguel Garcia
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